Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cunha alegou que apenas a renúncia seria capaz de repor a Câmara no caminho que estava trilhando durante seu mandato
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou à presidência da Câmara dos Deputados no início da tarde desta quinta-feira (7). Ele disse, em pronunciamento, que a Casa está "acéfala". Desde que Cunha foi afastado, o deputado ferderal Waldir Maranhão (PP- MA) assumiu o comando da Casa. Agora, a Câmara tem cinco sessões para realizar novas eleições para o cargo.
Durante a leitura da carta que entregou à Mesa, Cunha criticou a condução da Câmara e disse que somente a sua renúncia poderia dar fim à estabilidade por que passa a Casa. "Que este gesto sirva para repor a Câmara dos Deputados no caminho que estava trilhando durante meu mandato", alegou.
O deputado aproveitou para alfinetar o governo Dilma. "Estou pagando um alto preço por ter dado início ao processo de impeachment. Não tenho dúvidas de que esse seja o principal motivo do meu afastamento", alegou.
Sua renúncia vinha sendo especulada nas últimas semanas. Cunha quer um acordo dos líderes para antecipar eleição da Câmara para o início da próxima semana. O nome pelo qual ele tem predileção para ocupar o mandato tampão pelos próximos meses é do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), mas há pelo menos 12 candidatos informais na Casa para disputar o pleito.
A decisão de enfim deixar o cargo em definitivo ocorreu em reunião na noite de quarta (6), após a divulgação do voto de Ronaldo Fonseca (Pros-DF) na Comissão de Constituição e Justiça, que acatou apenas um dos 16 questionamentos de Cunha à tramitação de seu processo no Conselho de Ética, que recomendou a cassação de seu mandato.
Com a renúncia à Presidência da Câmara, Cunha acredita que pode tentar reverter votos na CCJ para fazer o caso voltar ao Conselho de Ética e, quem sabe, salvar seu mandato.
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