Páginas

Pesquisar este blog

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Suplicy é um símbolo de luta

Suplicy é um símbolo de luta
Suplicy é um símbolo de luta – Foto: NP
Um símbolo de luta não se apaga nem mesmo ao ser conduzido nos braços da polícia; muito pelo contrário. É aí que Suplicy vivifica.
Eduardo Suplicy é um dos ícones de rara grandeza da já depauperada política brasileira. Jamais deixou de dialogar com as suas bases. Manteve posição quando boa parte do PT, embriagado pelas torpezas do poder, afastou-se da essência simbólica de sua formação.
É somente por isso que Suplicy ainda topa peitar o próprio poder público emdefesa dos mais necessitados. E sair carregado nos braços da PM do Alckmin. E não é esta a primeira vez em que ele se posiciona a favor de uma causa, dando a cara a bater.
Não vamos nos esquecer do dia em que Suplicy discutiu com policiais militaresno Centro de São Paulo para defender um morador de rua atingido por spray de pimenta e agredido pela polícia na frente da Secretaria de Direitos Humanos.
Ficou marcada também a reação do ex-senador aos insultos recebidos na Livraria Cultura, em São Paulo, quando um grupo de fascistas o agrediu por sua filiação ideológica. Suplicy rechaçou o ódio político relembrando que assim se comportavam as pessoas antes do golpe de 1964.
Há exatamente seis anos, Suplicy foi flagrado em meio à multidão que assistia o show dos Racionais MCs. Mais tarde se notaria que além de fã, o então senador da República faz questão de ir à periferia assistir aos shows de rap.
Na agudeza da crise política no Senado Federal, presidido por José Sarney, em 2009, Eduardo Suplicy sobe à tribuna e apresenta um monumental cartão vermelho ao cacique peemedebista. E argumentou: “O melhor passo para a saúde do Senado e do próprio Sarney é simbolizado neste cartão vermelho. Que ele deixe a presidência do Senado, permitindo que o Senado volte aos seus trabalhos normais”.
Ele não tem fãs espalhados por todo o país simplesmente por ser boa praça; é que Eduardo Suplicy destoa de suas próprias origens (é filho de corretor de café Paulo Cochrane Suplicy e Filomena Matarazzo, neta do conde Francesco Matarazzo) para mergulhar nas crenças de um país mais igualitário.
Neste momento de disputa eleitoral na cidade de São Paulo, pensemos nas figuras que integram este pleito e nos perguntemos: seria João Dória Jr capaz de se meter entre a PM para defender os moradores da Cidade Educandário? Seria o Russomano capaz? E o Haddad?
Com ele deveria aprender a Marta. Deveria aprender não a obedecer cegamente às diretrizes políticas de um partido, mas a questioná-las sem a iniciativa insidiosa do desembarque; Marta perdeu o enlace com a esquerda e com a direita jamais o terá, salvo sob interesses imediatistas e eleitorais. Do Suplicy só herdou o nome.
Qualquer desavisado poderia dizer que são peripécias de um homem no vão dos anos. É justamente por ser um homem de 75 anos que se mete entre policiais para defender moradores que Suplicy merece o respeito de todos os brasileiros, sem distinção partidária ou ideológica.
E se os brasileiros, em sua maioria, não concordam, merecem ter os políticos que têm. A história sempre há de cobrar. Um país que tem Eduardo Cunha livre e Eduardo Suplicy preso não sabe nada de democracia e justiça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário