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terça-feira, 19 de julho de 2016

PROTESTO Familiares de Beatriz se recusam a encontrar secretários ao invés de governador

SDS disse todos os esforços estão sendo empenhados para solucionar o assassinato da menina, ocorrido há sete meses em Petrolina


Publicado em:19/07/2016 14:30


Familiares e amigos da menina Beatriz fizeram um protesto na frente do Campo das Princesas na manhã desta terça-feira. Foto: Nathállia Fonseca/Esp DP
Familiares e amigos da menina Beatriz fizeram um protesto na frente do Campo das Princesas na manhã desta terça-feira. Foto: Nathállia Fonseca/Esp DP
Depois de receberem a informação de que não seriam recebidos pelo governador Paulo Câmara, familiares e amigos da menina Beatriz Mota, assassinada há sete meses em Petrolina, deixaram a sede do Palácio do Campo das Princesas e seguiram em passeata até a Avenida Guararapes, onde a via foi fechada em protesto. Os manifestantes, 46 moradores das cidades de Petrolina e Juazeiro, incluindo crianças, viajaram de ônibus até o Recife para entregar nas mãos do gestor um abaixo-assinado com mais de 20 mil assinaturas, obtidas em apenas duas semanas, que cobra uma solução para a investigação do crime ocorrido dentro de uma escola em Petrolina, no Sertão do estado.

Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, o secretário executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto, e o chefe da Polícia Civil, Antônio Barros, estiveram à disposição do grupo para tratar do andamento da investigação, mas que os pais de Beatriz foram irredutíveis e não aceitaram a interlocução com a SDS e a Casa Civil. Ainda de acordo com o documento, o governador não estava no Palácio hoje, apesar de durante visita a Petrolina este mês ter se prontificado a receber a família quando o compromisso fosse agendado. A SDS acrescentou que todos os esforços estão sendo empenhados para solucionar o caso, mas que detalhes da investigação não podem ser revelados uma vez que o sigilo é precioso para que se chegue aos culpados pelo crime.
Mais de 20 mil pessoas participaram de um abaixo-assinado pedindo que as investigações sejam aceleradas. Foto: Nathallia Fonseca/Esp DP

Mais de 20 mil pessoas participaram de um abaixo-assinado pedindo que as

investigações sejam aceleradas. Foto: Nathallia Fonseca/Esp DP

Durante toda a manhã, muito abalados, os pais da criança aguardaram no ônibus, enquanto os manifestantes gritavam palavras de guerra, cantam músicas religiosas e pediam por justiça. "Só vamos sair daqui quando entregarmos esse abaixo-assinado nas mãos do governador. Não temos pressa. Petrolina e Juazeiro não se conformam com a ideia de que há um psicopata solto no Vale do São Francisco. Muita gente tem a sensação de impunidade e desesperança, mas nós não vamos desistir", disse em frente ao Palácio Denilíria Amorim, amiga da família. Ela acrescentou que a família insiste na hipótese de crime premeditado e que precisa da justiça para aprender a voltar a viver, uma vez que não descansou um só dia desde o crime. "Muito da nossa motivação é para que a justiça posa ajudar a trazer paz", reflete. Os manifestantes também relataram que, durante a última visita do governador Paulo Câmara à cidade, o mesmo teria se comprometido pessoalmente com o caso, mas a falta de culpados mesmo sete meses após o assassinato os faz acreditar que "a promessa foi quebrada".

Investigação -  Em junho passado, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) passou a  atuar no caso por meio de seis promotores de Justiça. Foi instituída uma força-tarefa para auxiliar a polícia. Até o momento, ninguém foi preso. A polícia divulgou imagens da vítima momentos antes do crime. No vídeo é possível ver Beatriz com a mãe na arquibancada da quadra do colégio e depois se afastando sozinha do local. As imagens também mostram amigos e familiares procurando pela a menina na escola.

Pelo menos seis pessoas são suspeitas de envolvimento no crime. As perícias feitas no local indicam que Beatriz não foi assassinada na sala em que o corpo foi encontrado, por trás de um armário. Para a polícia, Beatriz foi morta em outro local e depois foi levada para a sala utilizada como depósito de equipamentos esportivos desativado, que havia sofrido um incêndio. Ainda segundo o delegado, a cena do crime teria passado por uma limpeza, o que dificultou o trabalho da perícia. A polícia ainda não sabe onde o crime foi praticado. Beatriz foi morta com mais de 40 facadas.

Ainda de acordo com a polícia, a ausência de câmeras de monitoramento dentro da escola e na área externa tem causado prejuízos à investigação. Outro ponto que ainda não foi esclarecido foi o desaparecimento de três chaves de portões da escola que sumiram dez dias antes do crime.

Com informações da repórter Nathallia Fonseca

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