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sexta-feira, 22 de julho de 2016

Mutirão descarta 61 casos de microcefalia em PE

Último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde apontou 2.061 bebês notificados

Fri Jul 22 18:21:00 BRT 2016 - Raquelle Wacemberg, da Folha de Pernambuco
Ed Machado/Folha de Pernambuco


No mutirão realizado nesta sexta-feira, dos 67 bebês atendidos, 61 casos suspeitos 
foram descartados e três confirmados. três seguem em análise

“Fiquei um pouco assustada quando recebi uma ligação da Secretaria de Saúde pedindo para eu comparecer hoje aqui”, contou a dona de casa Amanda Kathielly, 22 anos, mãe da pequena Ana Luíza, de 2 meses, que nasceu com o crânio medindo 31 centímetros. Após mutirão realizado nesta sexta-feira (22) pela Secretaria de Saúde do Recife, na Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPAE) Deputado Antônio Luiz Filho, localizada no bairro do Arruda, na Zona Norte, um sentimento de alívio. “Deu negativo. Minha filha é uma criança saudável”, comemorou Amanda, ainda sem acreditar. Dos 67 bebês atendidos, 61 casos suspeitos foram descartados e três confirmados. Três seguem em análise. A próxima etapa da ação ainda não tem data definida.


O último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) apontou 2.061 bebês notificados com microcefalia, sendo 1.177 descartados e 371 confirmados. “O objetivo do mutirão é atender crianças que foram notificadas e, até então, não tinham tido acesso ao serviço de saúde para que fosse firmado ou descartado o diagnóstico”, explicou o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. Estiveram presentes neurologistas e assistentes sociais da prefeitura para dar um apoio maior à iniciativa. Caso seja confirmada a malformação cerebral, acrescentou Correia, os pacientes serão encaminhados de acordo com a necessidade, além de receber acompanhamento rotineiro nas nossas unidades de saúde.
Segundo a neuropediatra Rafaela Vasconcelos Viana, é preciso definir se a microcefalia tem origem infecciosa ou se é por outra causa. “A reabilitação precoce é fundamental para que os bebês sejam acompanhados e possam ter desenvolvimento estimulado ao longo do resto da vida”, destacou Rafaela, acrescentando que, nesta sexta-feira, o perímetro encefálico dos bebês foi revisto para verificar se está dentro do adequado. “Quando há alteração, encaminhamos para os exames obrigatórios”. Nesses casos que necessitam de atenção redobrada, os pequenos são submetidos à tomografia, além da retirada do líquido cefalorraquidiano.
Antes de receber o diagnóstico, a mãe do pequeno Davi Henrique, a dona de casa Mylene Ferreira, 22 anos, estava angustiada com a incerteza do laudo clínico da criança. No entanto, desde o nascimento, já sabia que o filho dela tinha microcefalia. “O medo veio quando tive uma doença parecida com zika na gestação”, relatou. Horas depois, recebeu a constatação de que João Lucas tem microcefalia. “Já tinha desconfiado pelo fato de ele não conseguir dormir, ser muito inquieto e chorar mais do que o normal. Fico triste com o resultado final, mas Deus sabe de todas as coisas”, lamentou.

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