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segunda-feira, 18 de julho de 2016

"Tirando a bicicleta, não tem outra pedalada", diz Dilma sobre parecer do MPF

Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, em Maceió

  • Naian Meneghetti/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
    A presidente afastada, Dilma Rousseff, andando de bicicleta em Porto Alegre
    A presidente afastada, Dilma Rousseff, andando de bicicleta em Porto Alegre
A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira (15), após receber o título de cidadã de Teresina, na capital do Piauí, que o MPF (Ministério Público Federal) teria atestado que não houve crime fiscal cometido por ela, como sustentam os apoiadores do impeachment.
"Agora a ultima decisão diz que não há pedaladas. Eles passaram dois anos dizendo que tinha, agora o MP diz que não tem pedalada, não. Tirando essa bicicleta que pedalo, não tem outro tipo de pedalada", disse Dilma.
Nessa quinta-feira (14), na verdade, o MPF disse --em parecer enviado à Justiça-- que as pedaladas fiscais "não configuram crimes comuns". O procurador da República no Distrito Federal Ivan Marx pediu o arquivamento de investigação aberta para apurar possível infração penal de autoridades do governo da presidente afastada.
Dilma também citou a ideia levantada após reunião com empresários, na semana de passada, de uma eventual elevação da jornada de trabalho para até 80 horas semanais
"Não somos a favor desse absurdo falado da semana passada, que anunciaram e depois da reação ficaram calados, que é aumentar a jornada de trabalho para 80 horas. Mesmo que seja retirado, só num ambiente em que não há respeito aos direitos individuais e coletivos é que se apresenta uma proposta dessas, que na verdade é uma volta a escravidão. Como trabalhar 80 horas? Como fazer isso? É não ter tempo de comer, de ficar com a família, não ter direito a nada, é uma escravidão", disse.

Sem renúncia

Assim como faz em todos os discursos, Dilma voltou a citar que seu afastamento é um golpe. "Estão ganhando o jogo com a expulsão dos 11 jogadores. Além de mudar as regas, querem ganhar no tapetão, sem os jogadores do outro lado jogar", comparou.
A presidente afastada voltou a afirmar que não vai renunciar ao cargo e ainda disse que forçaram para que ela deixasse o cargo por ser uma mulher. "Eu sou da luta. Eles achavam que o caminho mais fácil era a renúncia, que como eu sou mulher, diziam? 'mulher é fraca'. Essa é uma conspiração de homens ricos e brancos, e achavam: 'ela vai renunciar'. Não vou, não! Porque não tenho conta nesse cartório, nem conta o exterior, nem cometi ato de corrupção. Já me viraram pelo avesso."
Se retornar ao poder, após julgamento no Senado, Dilma promete um "verdadeiro ambiente de salvação nacional". "Não será como esse governo, do salve-se quem puder. E vamos construir um caminho do país voltar a crescer. Falem com seus vizinhos, amigos, para criar um ambiente de fortalecer a democracia", pediu.

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