No Bairro do Recife, Lula criticou o impeachment de Dilma Rousseff e reafirmou que pode ser candidato em 2018
Publicado em 13/07/2016, às 22h49
“Se tudo o que eles estão fazendo é com medo que eu volte em 2018, se
preparem. Se eles não sabem cuidar do povo, eu sei”, prometeu Lula no
Recife
Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Paulo Veras e Edson Mota
Além de criticar o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e reafirmar que pode ser candidato a presidência em 2018, o ato com o ex-presidente Lula (PT) no Recife serviu também como um teste de palanque para a campanha do ex-prefeito João Paulo (PT). Além de construir o entendimento que deve anunciar nesta sexta-feira (15) o deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB) na vice no Recife, Lula também deu o aval para que a deputada estadual Teresa Leitão (PT) seja candidata em Olinda.
Ao subir no palanque montado na Avenida Rio Branco, a primeira coisa que o ex-presidente fez foi erguer o braço de João Paulo, posando para foto diante da militância petista. Animado, o público reagiu aos gritos de “prefeito”. “Eu, prefeito da cidade do Recife, e depois o meu sucessor João da Costa, nós deixamos 130 mil famílias em Recife no Bolsa Família fazendo o maior programa de inclusão social da cidade”, discursou João Paulo. Ao final do evento, porém, o ex-prefeito negou ter dado o pontapé na campanha e disse que vai esperar a convenção.
Durante a passagem por Pernambuco, Lula arrumou tempo para tirar fotos com dezenas de candidatos a prefeito e vereador do PT; inclusive com Teresa. A partir desta sexta (15), ela já começa a traçar o programa de governo. Segundo Bruno Ribeiro, presidente do PT-PE, Lula também prometeu se fazer presente em Pernambuco durante a campanha, no Recife e em Olinda.
Em uma fala de mais de meia hora, o ex-presidente classificou como “canalhice” e “falta de respeito à lei” o fato de um juiz divulgar a conversa de uma presidente da República, sem nominar o juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato.
Lula também disse que cometeu o crime de dizer ao pobre que ele tinha direito de comer três vezes ao dia e apelou à militância que peçam aos senadores para votar contra o impeachment por Twitter, WhatsApp ou email. “Se tudo o que eles estão fazendo é com medo que eu volte em 2018, se preparem. Se eles não sabem cuidar do povo, eu sei”, prometeu.
EMPURRA-EMPURRA - O clima na caravana que aguardava pela presença do ex-presidente Lula à Avenida Rio Branco, na noite desta quarta (13), no bairro do Recife, era de expectativa pela sua chegada. Na via, centenas de pessoas levaram cartazes e camisetas vermelhas com o rosto do petista estampado e grupos de percussão animavam a plateia presente.
Para a professora Isabel Nunes, a presença dele no Estado representa, para ela, uma reaproximação dele com a base eleitoral. “É possível que seja um indicativo que ele venha em 2018 como candidato. Com certeza eu votarei nele, caso se confirme”, afirmou.
No momento da sua chegada, houve grande alvoroço em torno do carro que levava o ex-presidente ao palco, um sentra preto. Lula saiu do carro, junto com o senador pernambucano Humberto Costa (PT), cumprimentou algumas pessoas e foi rapidamente ao espaço.
A cada pausa na fala do ex-presidente, era possível escutar muitos gritos de apoio para ele e para a presidente afastada Dilma Rousseff. No momento final do ato, a chuva castigou o centro do Recife, o que não afastou as pessoas de perto do ex-presidente.
Durante o discurso, Lula afirmou ao público que não era necessário “xingar” o presidente interino Michel Temer. No entanto, um projetor apresentava uma imagem do peemedebista e a palavra “golpista” abaixo.
Na saída do ex-presidente, mais confusão. As pessoas que se aglomeravam atrás do palco tentavam falar com Lula. Por conta disso, houve muito empurra-empurra e muitos gritos dos ativistas chamando o ex-presidente para uma foto. No entanto, Lula saiu da Avenida Rio Branco e preferiu, desta vez, não falar com os partidários.
A CUT-PE não soube informar o número de pessoas que estiveram na via.
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