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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Mundo DIPLOMACIA Morales ignora ameaça de mudanças nas relações bilaterais vindas da Espanha

19/02/2013 00:13 - AGÊNCIA EFE

O presidente boliviano, Evo Morales, disse nesta segunda-feira (18) que se a Bolívia não tiver relações diplomáticas com a Espanha, as terá com os movimentos sociais espanhóis, em resposta à advertência de Madri que, após a nacionalização da empresa Sabsa, repensará os laços bilaterais com La Paz.

Morales afirmou em entrevista coletiva no Palácio Presidencial de La Paz que "a Bolívia vai a ter relações diplomáticas com todo o mundo" e defendeu a decisão tomada nesta segunda-feira (18) por seu Governo de nacionalizar a empresa, filial das espanholas Abertis-Aena que administra os três principais aeroportos do país.

"Eu não ouvi dizer que houvesse problemas das relações bilaterais. Seguramente é seu direito (repensar), então vamos respeitar: se não for com o Governo espanhol, teremos relações com os movimentos sociais da Espanha", declarou Morales.

Em Bruxelas e após conhecer a decisão boliviana, o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, advertiu que a decisão "terá consequências sobre as relações bilaterais" e não descartou uma resposta por parte da União Europeia perante este ato que considerou "não amistoso".

Morales disse que entende "a reação do Governo espanhol, mas também o profundo sentimento do povo espanhol", cujos "movimentos sociais estão pedindo a nacionalização das empresas, estão pedindo que os serviços básicos não sejam um negócio privado", comentou.

Além disso, o presidente repetiu que, "se assim corresponder", as empresas espanholas serão indenizadas por seus investimentos, mas também antecipou que a Bolívia apresentará um processo contra elas "por roubar o povo boliviano".

Morales atacou ainda o principal representante da Abertis na Bolívia, Anthony Alicastro, alegando que "um gerente que ganha US$ 18 mil por mês é uma ofensa não só aos bolivianos, mas também aos espanhóis".

"Tamanha crise econômica na Espanha e um gerente de uma empresa espanhola ganhando US$ 18 mil por mês", recriminou o governante, que assegurou que seu próprio salário é de cerca de US$ 2 mil.

Morales disse que a decisão de nacionalizar a Sabsa foi tomada há três anos e explicou que não foi executada naquele momento porque o então presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, pediu à Bolívia que esperasse e negociasse com as empresas espanholas.

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