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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Internet » Recifense Clarice Freire faz sucesso com o blog Pó de Lua

Pernambucana conta que já existem editoras interessadas em publicar seu 

trabalho em forma de livro

Vanessa Aquino - Correio Braziliense
Publicação:  22/01/2014 10:44

Blog escrito por Clarice tem mais de 600 mil seguidores na página da rede social. Foto: Pó de Lua/Reprodução
Blog escrito por Clarice tem mais de 600 mil seguidores na página da rede social. Foto: Pó de Lua/Reprodução

O traço das ilustrações de Clarice Freire é suave, assim como os versos e frases que compõem o blog que mantém: Pó de Lua (www.podelua.com). Mas a escrita da recifense de 25 anos se mostrou forte o suficiente para prender diversos leitores pelas redes sociais. O site, assim como a página no Facebook, alcançaram sucesso entre os leitores. São mais de 600 mil seguidores na página da rede social — algumas postagens rendem mais de 3 mil compartilhamentos.

Clarice diz ter se rendido à insistência de alguns amigos que achavam um desperdício que ela jogasse os papéis fora. “O blog foi criado com o intuito de guardar as coisas, o que foi um desafio para mim, que não gostava de mostrar nada para ninguém. Aos poucos, fui me acostumando e o motivo de escrever foi ganhando mais espaço. Acho que o objetivo é colocar para fora o que não cabe dentro, acredito que cada um sabe qual é a sua. A minha é essa. Escrever no Pó de Lua começou a ser uma hora para respirar durante o dia.”

Filha do escritor e compositor pernambucano Wilson Freire e prima de Marcelino Freire, também escritor, Clarice buscou referências na própria família quando começou a escrever. “Desde pequena era levada para recitais e peças de teatro com os textos dos dois. Quando adolescente, procurava muito as escritoras, as poetisas”, diz. E o pulso delicado e firme que dá vida aos textos é influência delas: Clarice Lispector, Cecília Meireles e Cora Coralina. “Me identifico com a delicadeza mesmo falando sobre assuntos muito duros. Gosto disso.”

Clarice Freire conta que começou a escrever ainda pequena, quando ganhava cadernos de presente e se sentia na obrigação de preenchê-los. “Sempre gostei mais dos cadernos sem linhas, apesar de nunca ter conseguido escrever nada em linha reta. Minhas letras dançam, mas eu gosto. Um dia desses encontrei um poema que fiz com uns 12 anos num formato bem parecido com o Pó de Lua, achei interessante.”

Sobre publicações, Clarice diz que, por enquanto, o livro é só uma vontade — embora já existam editoras interessadas na moça — mas consegue imaginar formatos bem versáteis, por se tratar de poesia virtual. A relação com os leitores ainda garante, segundo ela, um contato mais direto com os leitores. “A plataforma internet, ainda mais o Facebook, me dá um contato muito rápido e direto com quem lê e isso é maravilhoso. Ao publicar um texto, no mesmo segundo, sei a reação, o sentimento deles. Sei porque expressam mesmo”.

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