A nova planta será direciona para modelos "maiores e mais complexos", diz presidente
da montadora
Publicado em 30/01/2014, às 11h28
O presidente mundial da Fiat, Sergio Marchionne, disse ontem que a fábrica da montadora em construção em Goiana, Mata Norte, estará pronta e produzindo antes da primeira metade de 2015 e indicou que um dos veículos que serão produzidos na planta é da marca Jeep. A declaração foi dada em teleconferência, transmitida de Milão, sobre os resultados da Fiat no quarto trimestre. “A construção da planta em Pernambuco foi claramente criada para lidar com uma classe social emergente no Brasil, que requer veículos maiores e mais complexos”, disse o executivo. “A arquitetura flexível que está sendo instalada em Pernambuco é uma que reflete o estado da arte da tecnologia (o que há de mais avançado)”, comentou.
Comentando sobre os resultados fracos da companhia em 2013 na América Latina e mercados emergentes, e sobre a preocupação com o mercado brasileiro em 2014, ele disse que a fábrica de Goiana terá um papel importante na estratégia da Fiat a partir do ano que vem. “(As máquinas) vão estar prontas e funcionando na primeira metade de 2015 e temos expectativas altas”, disse. “Qualquer queda de volume que possamos sofrer como resultado da contração na base de mercado vai ser compensada em 2015 pela produção da planta de Pernambuco, incluindo a introdução do Jeep”, destacou. Resta saber qual seria o modelo da Jeep. Originária da Chrysler, a marca é conhecida por carros como Cherokee e Wrangler, de maior porte. Há pretensões da montadora de produzir modelos menores para concorrer com carros como Ford EcoSport e Reanult Duster. A Fiat do Brasil não comentou as declarações de seu presidente.
Com a Europa em crise, a América Latina e a marca Chrysler passam a ter mais importância na estratégia mundial da Fiat. As operações da Fiat no Brasil representam 20% do movimentado pela companhia. No Brasil, a montadora vendeu 785 mil automóveis em 2013, registrando uma redução de cerca de 7% em relação ao ano anterior.
Diante desse resultado, o executivo mostrou-se preocupado com a valorização do dólar em relação ao real, que gera pressão sobre a inflação brasileira. “Se o dólar continuar a se fortalecer em relação à moeda brasileira, acho que vocês vão ver a inflação subir. A pergunta que todos estamos fazendo é se vamos ter a habilidade para nos recuperar da inflação”, disse, para responder em seguida que tem esperanças na melhoria da economia local. “Vamos precisar de ajustes.”
Na sua avaliação, uma das coisas que não dependem dos ajustes macroeconômicos para a Fiat se recuperar está na classe média crescente. “O Brasil desenvolveu uma classe social que já não podemos satisfazer com a estrutura (fábrica) de Betim, em Minas Gerais. Os produtos que são produzidos em Betim estavam no coração do desenvolvimento da marca Fiat na América Latina, mas já não é mais adequado”, disse, referindo-se a uma nova gama de produtos que passará a ser produzida a partir da fábrica de Pernambuco.
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