Segundo nota oficial, podem ocorrer ajustes na grade para possíveis adequações de
horários, datas e cachês
Publicado em 30/01/2014, às 20h12
A Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) admite que terá que fazer ajustes na programação do Carnaval de 2014, por não ter consultado previamente todos os artistas e agremiações incluídos na grade. Até hoje, apenas 600 dos 2 mil artistas convocados para apresentações foram contactados, por uma equipe formada por 12 profissionais. Segundo nota da Secretaria de Cultura, “os contatos (incluindo os polos que não tiveram a grade divulgada ainda) devem terminar até a próxima semana”. A Secult-Recife esclarece ainda que “a partir daí podem acontecer ajustes na grade para possíveis adequações de horários, datas e cachês”.
Na quarta-feira, a Prefeitura divulgou a programação do Carnaval de 2014 na última quarta-feira, mas deixou de fazer algo básico: avisar aos artistas e produtores que eles tinham sido escolhidos para tocarem durante os dias de Momo. A maior parte deles só souberam que tocariam nos polos oficiais do Recife quando consultaram a programação.
Além disso, como não houve negociação dos cachês entre contratantes e contratados, ainda não é possível saber se o valor exigido pelo artista, para tocar no evento, foi aceito ou não pela PCR. Há produtores e artista que já bateram o pé: não vão tocar por um valor menor que o estipulado no ato de inscrição, já que não houve negociações.
Foi isso o que aconteceu com a Orquestra Contemporânea de Olinda (OCO), que vai tocar na Terça-feira Gorda no Polo Lagoa do Araçá. A agente do grupo, Aline Feitosa, só soube que a OCO iria tocar no Carnaval quando viu o nome da banda na grade. “Fui pega de surpresa quando vi o nome na programação, porque nada foi combinado com a produção. Imagine, você manda uma proposta de trabalhar para editar uma revista e, de repente, a editora anuncia a equipe, você está lá, mas não estava sabendo em que setor trabalhará. Nem o valor acertado. É isso”, conta a agente.
Aline também acredita que não existe o menor critério no agrupamento de determinadas atrações em um palco. Para ela, a OCO mereceria um lugar de maior visibilidade. “A Orquestra Contemporânea de Olinda já esteve no Marco Zero no Carnaval, representou o Brasil na Womex no ano passado, tem patrocínio da Petrobras até 2015. A gente pensa: que bom que está na grande, não é? Mas em uma programação de palco que em nada dialoga com o estilo da banda”, diz ela.
Não só ela ficou insatisfeita com a escolha dos palcos. O sanfoneiro Beto Hortiz, foi escalado para o palco da Várzea e do Alto Zé do Pinho, e não gostou: “Sou o vencedor do festival de frevo 2014. Não me deram a oportunidade de brilhar em um polo com mais visibilidade. Isso é uma falta de consciência”.
Beto também não foi notificado de que iria tocar no Carnaval, assim como o percussionista Naná Vasconcelos, que foi escalado para tocar no Polo Várzea, no sábado, e no de Casa Amarela, no domingo, sem uma conversa prévia. As cantoras Renata Rosa e Alessandra Leão também integram a lista dos desavisados. Segundo Alessandra, o produtor dela, Thiago Duarte, não consegue entrar em contato com a PCR para resolver o choque de horários que se estabeleceu na agenda da cantora. No caso da OCO, os músicos tocam em outras bandas e agora eles vão ter que ficar presos à programação para fechar outros contratos para se apresentar, segundo o produtor da banda Igor Jatobá.
Segundo nota da prefeitura, uma série de medidas foram tomadas para agilizar o processo de contratação. “Como o Carnaval acontece ainda daqui a um mês, existe tempo hábil para que todas as pendências sejam sanadas, garantindo a contratação totalmente regularizada”, diz o documento oficial.
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