Depois de atuar por três anos lado a lado ao PSB, os deputados do PT e PTB, agora oposicionistas, prometem engrossar o tom contra o governo Eduardo Campos. A fiscalização, segundo eles, será feita do “Litoral ao Sertão do Estado”. Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), as críticas virão à medida que o pré-candidato à Presidência da República aumente os ataques a Dilma Rousseff (PT).
Sobre uma possível dificuldade que os oposicionistas podem encontrar para tecer questionamentos sobre o governo Eduardo Campos, visto que até pouco tempo integravam a bancada governista, Teresa Leitão afirmou que o “desconforto” maior é para o PSB, pois terá que explicar os porquês de ter migrado para o campo oposto ao de Dilma Rousseff.
“Vamos manter uma oposição diferente do PSB no sentido da coerência. No início, o partido fez uma crítica construtiva, porque ainda era do governo. Mas, depois da entrega dos cargos, disse que não ia passar para oposição, ficaria independente, no entanto não fez isso. Hoje eles não reconhecem nada que o governo federal fez. Isso é extremamente contraditório, sobretudo pela contribuição que o PT deu à sigla. O Ministério da Integração foi entregue ao PSB. É ou não potencializar a liderança do partido”, questionou a deputada.
Teresa cobrou coerência aos deputados para “não seguir a mesma linha do PSB”. “Não vamos jogar pedra nos projetos que votamos na Assembleia. Se eles estiverem servindo ao povo de Pernambuco, então isso, para mim, é coerência”, defendeu.
“Têm muitos reclames da sociedade que precisam ser ecoados na Assembleia”, afirmou Sérgio Leite, novo líder da oposição, que vai substituir o deputado Daniel Coelho (PSDB).
Na volta das atividades parlamentares, será montado diálogo com os deputados da oposição Maviael Cavalcanti (DEM) e Ramos (PMN). Os três deputados do PSDB – Terezinha Nunes, Daniel Coelho e Betinho Gomes -, considerados independentes, também serão chamados para conversar.
“Vamos inaugurar modelo novo de oposição no Estado como um todo. Tínhamos um oposição muito focada na Região Metropolitana do Recife (RMR)”, afirmou o vice-líder Augusto César (PTB). “Temos parlamentares que vão fiscalizar do Litoral ao Sertão. Augusto é de Serra Talhada, eu sou de Arcoverde. Existem vários pontos para serem fiscalizados. É preciso mostrar o que a presidente Dilma tem feito”, acrescentou Júlio Cavalcanti (PTB).
XADREZ POLÍTICO
Oficialmente, o argumento para a escolha do deputado Sérgio Leite foi a “experiência” do parlamentar. No entanto, em conversas de pé de ouvido, comenta-se que o político é considerado um petista com relações próximas ao PSB. Por isso, a escolha por um candidato “mais ameno” é de olho num possível segundo turno da candidata Dilma Rousseff (PT). Caso haja a disputa entre a petista e Aécio Neves (PSDB), o PT buscaria o apoio do PSB, do governador-presidenciável Eduardo Campos.
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