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terça-feira, 4 de outubro de 2016

EDUCAÇÃO MEC já pensa em aplicar reforma do ensino médio só em 2019

Antes, a previsão era de que a reforma fosse implementada a partir de 2018
Publicado em 04/10/2016, às 14h10
Apesar de ter havido piora nas médias de três das cinco áreas de conhecimento requeridas no Enem, a titular do Inep pediu para ressaltar dados positivos / Foto: Suami Dias/ GOVBA
Apesar de ter havido piora nas médias de três das cinco áreas de conhecimento

 requeridas no Enem, a titular do Inep pediu para ressaltar dados positivos

Foto: Suami Dias/ GOVBA
Estadão Conteúdo

Ministério da Educação (MEC), que previa a implementação da reforma do ensino médio em 2018, já trabalha com a hipótese de que o novo currículo só valha a partir de 2019 nas escolas brasileiras. A aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), essencial para concretizar as mudanças, "é algo que demora", disse a secretária-executiva da pasta, Maria Helena Guimarães de Castro. "A reformulação também vai exigir muito de cada Estado", completou.


Enem

Em evento para divulgar os resultados do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2015 por escola, autoridades do MEC não quiseram comentar se a reformulação desta etapa - considerada o gargalo da educação básica no Brasil - vai alterar o estilo da prova nas próximas edições. "Só vamos falar do Enem 2017 depois que o deste ano estiver finalizado", 

afirmou a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini. O exame é, hoje, a principal via de acesso ao ensino superior.
Apesar de ter havido piora nas médias de três das cinco áreas de conhecimento requeridas no Enem, a titular do Inep, órgão responsável pela aplicação das provas, pediu à imprensa para "ressaltar os dados positivos". A queda nas notas em Matemática, Linguagens e Ciências da Natureza, para ela, são "lições" que apontam para a "urgência" da reforma do ensino médio. "Hoje temos um currículo conservador e tradicionalista, em que os alunos estão aprendendo muito pouco", disse.

Ela também afirma que os resultados do Enem por Escolarevelam uma "enorme desigualdade", já que as maiores notas são de escolas privadas ou federais - essas últimas aplicam um "vestibulinho" para selecionar os melhores alunos. Outro motivo, segundo ela, é o fato de os estudantes de nível socioeconômico baixo terem pouca participação no Enem, ao contrário dos de classes média e alta. "Alunos de estratos inferiores de renda nem se inscrevem", constatou Fini. 

"A autoexclusão é algo a ser combatido. Eles têm autoestima tão baixa que sequer se apresentam para fazer a prova, mesmo com a disponibilidade de recursos como bolsas de ProUni e Fies. Não veem o ensino médio como uma chance de promoção pessoal. A reforma vai promover mais equidade", complementou Maria Helena Castro.

Ambas informaram que ranquear todas as escolas em uma única lista de resultados é "inapropriado" para indicar à sociedade e aos pais a qualidade do colégio que o aluno frequenta. Por isso, os rankings foram separados em 14 "contextos", que consideram o índice de permanência na escola, o porte da instituição e indicadores socioeconômicos. Presente no início da coletiva, o ministro Mendonça Filho pediu licença logo após a primeira pergunta e se retirou, pois teria de viajar.

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