Homenagem » Conselheiros tutelares realizam ato para marcar um mês da chacina em Poção

Três profissionais da categoria e uma mulher foram mortos a tiros

Rebeca Silva - Diario de Pernambuco

Publicação: 28/02/2015 21:24

Crédito: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

No dia em que a chacina ocorrida em Poção, no Agreste de Pernambuco, completa um mês, na próxima sexta-feira (6), conselheiros tutelares realizarão um ato ecumênico para lembrar dos colegas de profissão Daniel Farias, 32, Carmen Lúcia Silva, 37, e Lindenberg Nóbrega, 53, e da avó materna da criança de 2 anos que é disputada por duas famílias, Ana Rita Venâncio. Eles foram mortos a tiros em Arcoverde. Também haverá um seminário sobre o papel do Conselho Tutelar. Os eventos acontecerão no Centro de Convenções, em Olinda, a partir das 8h. 

Na última quinta (27), o pai e a avó paterna da criança foram presos suspeitos de serem os mandantes do crime. Um homem que pode ser o executor das vítimas também foi preso. A identidade dele não foi divulgada para não atrapalhar as investigações. A polícia informou que dará novas informações do caso na próxima segunda-feira (2). Diligências estão sendo feitas para capturar um outro suspeito de participar das execuções

A chacina causou grande repercussão no estado e até no país. Em Brasília, a ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, recebeu, na semana após o crime, uma comissão de conselheiros tutelares e determinou a criação de um grupo de trabalho para elaborar, em 60 dias, um manual de procedimentos de segurança para os 5.946 profissionais que atuam no país. Ela também divulgou uma nota de pesar pela morte das vítimas.

No Recife, diversos atos destacaram a falta de segurança e condições de trabalho da categoria. Uma carta de reivindicações foi entregue ao poder público e à diversas entidades. Entre os pedidos, o de que o Executivo encaminhe um Projeto de Lei à Assembleia Legislativa de Pernambuco instituindo o dia 6 de fevereiro como o Dia Estadual do Conselheiro Tutelar e de pague uma pensão especial, de dois salários mínimos, aos filhos ou ascendetes dos três conselheiros assasinados, além de garantir a segurança dos profissionais, de fornecer a formação inicial e continuada e de criar um atendimento especializado.

Um mapeamento dos profissionais ameaçados no estado está sendo elaborado pela Associação Metropolitana de Conselheiros e Ex-Conselheiros Tutelares. De acordo com o presidente Gerailsson Ribeiro, dois questionários estão sendo entregues à categoria para levantar a quantidade de pessoas em risco e a gravidade de cada caso.