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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

SAÍDA Motoristas mudam de hábito com aumento do preço do combustível

Muitos têm preferido deixar o carro em casa e optar pela moto durante a semana para ir trabalhar

Publicado em 26/02/2015, às 08h45


Da editoria Veículos

Numa moto de 125 cilindradas, o motociclista percorre entre 35 e 40 km com 1 litro de combustível / JC Imagem


Numa moto de 125 cilindradas, o motociclista 



percorre entre 35 e 40 km com 1 litro de combustível



JC Imagem

Desde o início deste mês, quando os preços dos combustíveis pipocaram nas bombas, os motoristas estão tendo que se virar para ajustar o orçamento doméstico. O litro da gasolina a R$ 3,29, em média, fez com que muitos donos de carros refletissem a melhor maneira de cumprir os deslocamentos diários. Rodar menos com o carro é uma alternativa. Apelar para o transporte público é outra via mais radical. No cenário de combustível caro, quem não pode reclamar são os donos das revendas de motocicletas. Basta o preço da gasolina subir nas bombas dos postos para que a procura pelas motos, sobretudo as de baixa cilindrada, aumente.


Segundo a Abraciclo, a associação brasileira dos fabricantes de motocicletas, com base nos licenciamentos registrados pelo Denatran, a média diária de vendas no mercado nacional teve crescimento de 1,9% na primeira quinzena deste mês. Isso quer dizer que nas duas primeiras semanas de fevereiro foram vendidas 5.262 unidades por dia em todo o País. A expectativa para os próximos meses é de que as vendas aumentem ainda mais.

 “Fevereiro, além de ser um mês curto, tem o Carnaval e isso compromete os negócios”, justifica Pedro Filho, diretor-comercial da Moto Mais, revenda Honda em Olinda. Apesar da afirmação, ele confirma que a circulação de clientes nas lojas da rede aumentou nos últimos dias. E muitos desses potenciais compradores são motoristas que optaram por se tornar motociclistas. “Quem usa o carro apenas para ir ao trabalho tem na motocicleta um aliado importante”,

 diz Pedro Filho. Ele usa como exemplo um carro popular com motor 1.0 que faz em média 8 km/litro de gasolina na cidade. Numa moto de 125 cilindradas, o motociclista percorre entre 35 e 40 km com a mesma quantidade de combustível. “Encher o tanque de uma CG 125 custa menos de R$ 50. Já completar o tanque de um carro sai por mais de R$ 160. Sem falar que a moto roda bem mais”, completa o executivo.

MOTOS PEQUENAS

O comerciante Antonio Meira possui uma picape S10 para realizar viagens ou passear com a família, mas boa parte do seu deslocamento diário é feito em cima de um scooter pela praticidade e economia. Ele diz que vários colegas adotaram a motoquinha como um segundo veículo para usar em trajetos curtos e rodar na cidade.


 E até aqueles que têm preconceito com as motos de 50 cilindradas, as famosas cinquentinhas, estão se rendendo. A própria classe média começa a olhar o veículo por outro ângulo. Leomar Toscano, da revenda Shineray Star Motos, diz que por muito tempo teve clientes das classe C e D como principal público, mas nos últimos tempos está observando que as vendas estão crescendo entre as classes A e B

“O aumento do combustível afeta a todos nós. A classe média acordou e buscou os ciclomotores porque eles são comprovadamente uma solução mais econômica e que garantem maior mobilidade nas cidades, cada vez mais congestionadas. E não podemos deixar de lembrar que são bem práticas para estacionar”,

diz Leomar Toscano. Segundo informações do empresário, muitos desses novos clientes fazem uso do ciclomotor para ir a padaria, supermercado ou academia. Ele lembra que, com economia proporcionada pelos ciclomotores, os clientes pagam facilmente o investimento. Hoje, um modelo mais simples gira na casa dos R$ 4 mil.


Outro que já sente o aumento da demanda é Moacir Velozo, dono da Ricaom, marca que trabalha com motos de baixa cilindrada a gasolina e modelos elétricos. Com opções a partir de R$ R$ 4.800, ele diz que os negócios devem ganhar um novo impulso a partir do mês que vem. “O primeiro final de semana após o Carnaval já foi de casa cheia. A maioria era de pessoas querendo conhecer os modelos. O segundo momento começa agora e vamos trabalhar para fazer com que os clientes decidam pelo transporte de duas rodas”, acredita o empresário.

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