As organizações rechaçaram a invasão ocorrida na Escola Nacional Florestan Fernandes e a tentativa de criminalização sofrida pelo Movimento
Por Maura Silva
Nesse sábado (12), cerca de 50 pessoas representantes de organizações do Oriente Médio se reuniram em um ato de apoio e solidariedade ao MST em Belém, na Palestina.
As entidades rechaçaram a invasão ocorrida na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), ocorrida no último dia 4, e a tentativa de criminalização sofrida pelo Movimento nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul.
Para Ibrahim Abu Ayyash, diretor da Union of Agricultural Work Committees (União dos Comitês de Trabalhadores na Agricultura – UAWC), a invasão da ENFF é inadmissível em um país que valoriza sua democracia.
“Acompanhamos com tristeza e apreensão os ataques contra o MST e à ENFF. Entendemos que a libertação de um povo só é possível com a libertação de sua terra. Isso perpassa pela luta constante e diária. Negar isso a um povo, como fazem aqui com os palestinos, é negar sua capacidade de luta e resistência”, disse.
Já Nassar Ibrahim, da Alternative Information Center (Centro de Informação Alternativa – AIC), destacou a criminalização sofrida pelo movimentos sociais no Brasil. Para ele, a ofensiva que visa atacar nacionalmente o MST é parte de uma tática que tem como objetivo enfraquecer a luta pelas causas sociais no país.
“Seja aqui ou em qualquer parte do mundo, quando o inimigo te ataca, é sinal de que a luta está incomodando. Assim como no Brasil, aqui na Palestina a terra também é foco de conflito entre o povo e quem está no poder. O objetivo do colonialismo israelense é conquistar mais e mais terra a cada novo dia. No Brasil, o objetivo dos poderosos também é concentrar mais e mais terra. Eu reafirmo, o território é o fundamento de resistência do palestino e também dos Sem Terra. Por isso, não precisamos que os poderosos nos ensinem a lutar, porque nós somos a própria luta”.
Ibrahim também falou sobre o papel da ENFF em um contexto de formação popular no Brasil. A escola do MST é um espaço de livre saber que recebe anualmente milhares de militantes de todo o mundo. Sabemos que, desde a sua fundação, o Movimento preza pela educação e formação de seus militantes.
“Ao atacar a ENFF, o estado brasileiro não atinge só o MST, mas todo o processo de formação educacional em construção no Brasil”, finalizou.
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