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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Cabral e Garotinho são presos. E os tucanos?






Em menos de 24 horas, dois ex-governadores do Rio de Janeiro – Anthony Garotinho e Sergio Cabral – foram presos pela Polícia Federal sob a acusação de corrupção. A situação do Estado, que já é caótica, tende a se agravar e pode descambar para total perda de controle. O governo carioca, que baixou um pacote de medidas genocidas para “ajustar suas contas”, está sitiado. Os protestos dos servidores públicos, as maiores vítimas do “ajuste”, são cada vez mais radicalizados. A mídia falsamente moralista, que adora a escandalização da política, faz a festa. A TV Globo, que até agora não engoliu a derrota para sua “rival” na prefeitura da capital, promove um autêntico show midiático.

As denúncias contra os dois ex-governadores são graves, mas muita gente questiona os métodos aplicados nas prisões. No caso de Anthony Garotinho, que foi detido na quarta-feira (16), ele é acusado de ter chefiado um esquema de compra de votos nas eleições de Campos dos Goytacazes (RJ), sua base eleitoral. A prefeitura da cidade, sob comando da sua esposa, teria dobrado o número de beneficiários do Cheque Cidadão, a partir de junho passado, com nítidos propósitos eleitoreiros. Ainda segundo a Justiça Eleitoral do Estado, o ex-governador tentou coagir duas testemunhas do caso e eliminou documentos públicos que ajudariam na apuração dos supostos crimes.

Já no caso de Sergio Cabral, preso na manhã desta quinta-feira, as denúncias são ainda mais pesadas. O ex-governador é acusado de liderar uma quadrilha que desviou R$ 224 milhões em contratos com várias empreiteiras – entre elas, a Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia. A propina foi paga na concessão de obras públicas como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano. A ex-primeira-dama, Adriana Ancelmo, teve sua condução coercitiva decretada pela Operação Lava-Jato e outras noves pessoas envolvidas no esquema já foram presas. A mídia fez grande escarcéu com a prisão, mas evita lembrar que Sergio Cabral é do mesmo partido do Judas Michel Temer, o PMDB.

Cadê a prisão dos chefões do PSDB?

Diante de tantas prisões e emoções, os internautas mais inquietos questionam: quando chegará a vez dos tucanos? Afinal, vários chefões do PSDB já foram acusados de corrupção, mas nunca foram molestados pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e pela mídia sem moral. O cambaleante Aécio Neves, por exemplo, já teve o seu nome citado em várias delações premiadas. O ex-ministro Romero Jucá, que confessou que o “golpe dos corruptos” teve como objetivo “estancar a sangria” da Lava-Jato, chegou a afirmar que o presidente nacional do PSDB seria “o primeiro a ser comido” com o prosseguimento das investigações. Até hoje, porém, ele permanece intocado.

Já o governador de São Paulo, o “picolé de chuchu” Geraldo Alckmin, segue totalmente blindado, apesar dos incontáveis escândalos na sua eterna gestão – “trensalão tucano”, falcatruas na Sabesp, máfia da merenda escolar. Nesta quinta-feira (17), representantes das empreiteiras envolvidas no acidente nas obras da linha-4 amarela do metrô confirmaram que houve pagamento de propina, inclusive a um promotor de Justiça, para abafar a tragédia que resultou em sete mortes, em janeiro de 2007. Em outro caso escabroso, até o abjeto site Antagonista, de extrema-direita, postou nesta semana que há fortes suspeitas de que o governador paulista recebeu R$ 2 milhões em propina da Odebrecht.

A escandalização da política prossegue no Brasil – gerando descrença na sociedade e estimulando os fascistas que pedem a volta da ditadura militar. Mas os tucanos permanecem impávidos, com a sua retórica falsamente moralista. Será que o tumultuado quadro político, com prisões e caos nas cidades, visa criar o clima para o “golpe dentro do golpe”, possibilitando a volta dos tucanos – sem votos – ao governo central? Como ironizam os internautas, parece que basta se filiar ao PSDB para nunca ser processado, investigado, condenado e, muito menos, preso! Ou o plano dos falsos “justiceiros” do Ministério Público, da Polícia Federal e da mídia monopolista é ainda mais tenebroso? Numa terra arrasada, nem os tucanos escapariam da extinção? O que você, leitor, acha?



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