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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Promotor chama universitário assassinado pelo pai de 'vagabundo'

BARBÁRIE17/NOV/2016 ÀS 14:35

Promotor de Justiça e professor de Direito chamou o jovem Guilherme da Silva Neto, assassinado pelo pai, de 'vagabundo'. OAB se pronunciou sobre o episódio. Após a repercussão negativa da declaração, Jorge Marum pediu desculpas aos familiares do jovem

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O promotor Jorge Alberto de Oliveira Marum (esq) e sua postagem (dir)

Jorge Alberto de Oliveira Marum, promotor de Justiça e professor da Faculdade de Direito de Sorocaba, gerou indignação nas redes sociais nesta quarta-feira, 16, após chamar Guilherme da Silva Neto, de 20 anos, assassinado pelo pai, de ‘vagabundo’.
O jovem universitário foi morto em Goiânia na terça-feira, 15. O pai de Guilherme discordava de suas ideias progressistas e não queria que ele apoiasse as ocupações em escolas contra a PEC do governo Temer que congela investimentos em educação e saúde.
O promotor Jorge Marum compartilhou uma notícia sobre o caso no Facebook e acrescentou o seguinte comentário: “Não precisava tanto. Era só cortar a mesada do vagabundo e chorar no banho”.

OAB

Para o presidente seccional da OAB-Sorocaba, Márcio Rogério Dias, participar de movimentos sociais e ocupações não torna a pessoa um criminoso ou vagabundo.
“Não sei o contexto em que foi feito o comentário, mas nosso pensamento é de que as ocupações, sem obstruir o direito de outros e sem menosprezo ao trabalho policial, são lícitas. O que não se pode aceitar é depredação e baderna”, disse.

Desculpas

Jorge Marum considerou “infeliz” o comentário que ele fez. Na noite desta quarta-feira, ele afirmou que não falou como promotor e pediu desculpas aos familiares que se sentiram ofendidos.
“Foi um comentário infeliz, feito de improviso, no calor da leitura. Não quis ofender ninguém, apenas expressar que sou contra as invasões de escolas”, afirmou Marum.

Outro caso

Não é a primeira vez que Marum despeja ódio nas redes sociais. Ao comentar o tema da redação do ENEM do ano passado (2015), que pedia aos candidatos para elaborar um texto sobre a violência contra a mulher no Brasil, o promotor disse que “mulher nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila” e que “só depois é pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher”.
Sobre este caso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) chegou a lançar uma nota em repúdio à declaração do promotor.

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