Publicação: 29/09/2013 10:07
Confira entrevista exclusiva com a cientista política Alexandrina Sobreira, coordenadora do Mestrado em Gestão Pública da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Na sua avaliação, 124 obras inacabadas ou paradas é um número alto?
É muito alto. É um capital que fica erguido. São elefantes brancos ruins até para os espaços públicos que deixam de ser melhor ocupados. Os gestores precisariam dar respostas mais transparentes sobre o porquê de algo não ser concluído. O tempo que muitas delas estão paradas também é muito alto (há obras de mais de cinco anos).
Na sua avaliação, 124 obras inacabadas ou paradas é um número alto?
É muito alto. É um capital que fica erguido. São elefantes brancos ruins até para os espaços públicos que deixam de ser melhor ocupados. Os gestores precisariam dar respostas mais transparentes sobre o porquê de algo não ser concluído. O tempo que muitas delas estão paradas também é muito alto (há obras de mais de cinco anos).
Por que as obras públicas demoram tanto para serem concluídas?
Os órgãos de controle devem existir, mas muitas vezes temos tanta burocracia que emperra. As licitações demoram e o setor privado se desencanta. Muitas das exigências técnicas também são inadequadas para realidades locais. São vários os entraves, sobretudo o tempo para instalação e desinstalação da aparelhagem de uma obra que é grande.
Quando se vê uma obra inacabada é comum se pensar em desvios de recursos…
Temos que ver que não se trata só de corrupção. Em muitos casos, o que há é falta de gestão no sentido de prever, planejar e executar. Os municípios não têm especialistas e os projetos que as prefeituras apresentam são deficientes. Piora porque sai prefeito, entra prefeito e cada um quer colocar a sua placa. Essa falta de continuidade é o mais complicado. E há as razões políticas. Especialmente em prefeituras que são poderes locais mais sujeitos à inoperância.
Quais os principais erros das prefeituras?
Os prefeitos gastam muito pagando por projetos feitos por gente de fora, que não entende as exigências do local. Perdem, também, na fragmentação de obras. Ao invés de fazerem uma grande, fazem várias para colocar placas. Aí têm que prestar contas de cinco projetos em vez de um e ficam inviabilizadas dentro dos ministérios. E a questão da continuidade. Se entra gente de outro grupo político, há os que fazem questão de abandonar o que o anterior não terminou como um atestado da inoperância do adversário.
Como vê as fiscalizações das obras públicas?
A fiscalização é fraca e pouco eficaz. Não se pode fazer uma obra diferente da contratada e, muitas vezes, não há fiscalização para garantir que a empresa execute o projeto original. Isso fora o uso de materiais de segunda qualidade. E a gente sabe que tem falta de pessoal e até de pessoal qualificado para se fazer essas fiscalizações. Por isso é imprescindível a divulgação dessas obras, de quanto custaram e em quanto tempo precisam ser terminadas para que haja cobrança da sociedade também.
Os órgãos de controle devem existir, mas muitas vezes temos tanta burocracia que emperra. As licitações demoram e o setor privado se desencanta. Muitas das exigências técnicas também são inadequadas para realidades locais. São vários os entraves, sobretudo o tempo para instalação e desinstalação da aparelhagem de uma obra que é grande.
Quando se vê uma obra inacabada é comum se pensar em desvios de recursos…
Temos que ver que não se trata só de corrupção. Em muitos casos, o que há é falta de gestão no sentido de prever, planejar e executar. Os municípios não têm especialistas e os projetos que as prefeituras apresentam são deficientes. Piora porque sai prefeito, entra prefeito e cada um quer colocar a sua placa. Essa falta de continuidade é o mais complicado. E há as razões políticas. Especialmente em prefeituras que são poderes locais mais sujeitos à inoperância.
Quais os principais erros das prefeituras?
Os prefeitos gastam muito pagando por projetos feitos por gente de fora, que não entende as exigências do local. Perdem, também, na fragmentação de obras. Ao invés de fazerem uma grande, fazem várias para colocar placas. Aí têm que prestar contas de cinco projetos em vez de um e ficam inviabilizadas dentro dos ministérios. E a questão da continuidade. Se entra gente de outro grupo político, há os que fazem questão de abandonar o que o anterior não terminou como um atestado da inoperância do adversário.
Como vê as fiscalizações das obras públicas?
A fiscalização é fraca e pouco eficaz. Não se pode fazer uma obra diferente da contratada e, muitas vezes, não há fiscalização para garantir que a empresa execute o projeto original. Isso fora o uso de materiais de segunda qualidade. E a gente sabe que tem falta de pessoal e até de pessoal qualificado para se fazer essas fiscalizações. Por isso é imprescindível a divulgação dessas obras, de quanto custaram e em quanto tempo precisam ser terminadas para que haja cobrança da sociedade também.
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