Levantamento do Tribunal de Contas do Estado revela a existência de 124 obras paradas ou inacabadas em Pernambuco
Publicação: 29/09/2013 10:00
Recuperação da orla de Olinda é uma das 11 obras paralisadas ou inacabadas da cidade orçadas em R$ 141 milhões. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press |
Apesar de chamarem atenção quando reunidos, esses dados tendem a passar despercebidos aos olhos das fiscalizações quando fracionados. "Esse valor é bem menor do que muitas obras estaduais. Existem obras em municípios distantes que não chegam a R$ 100 mil e há um grande risco delas acabarem se perdendo", disse o chefe do Núcleo de Engenharia (NEG) do Tribunal, explicando a preocupação do órgão em reunir os dados. "Fizemos esse levantamento no primeiro semestre. Agora vamos querer saber o porquê dessas paralisações", completou.
Lideram o ranking das obras que começaram sem nunca terem sido acabadas as que tratam de infraestrutura urbana como pavimentação e drenagem de ruas, construção de quadras poliesportivas e redes de esgotamento sanitário. Muitas delas a serem executadas, também, com recursos federais. Nesses casos, cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) investigar a aplicação dos recursos.
A seleção do que vai ser fiscalizado, porém, é feita com base no valor. Tendem a ser destacadas obras a partir de R$ 10 milhões. "Nos demais casos, o TCU precisa fazer cumprir a fiscalização dos órgãos cedentes, como Caixa Econômica, ministérios e até as prefeituras que também têm obrigação de fiscalizar o que as empresas que elas contratam estão executando", disse o secretário de Controle Externo do Tribunal, Luciano Teixeira.
Um dos principais entraves é a estrutura. Em Pernambuco, o TCU dispõe de apenas 23 auditores. O secretário destaca, porém, que enquanto isso, a demanda tem aumentado significativamente. "Do ano passado para cá, praticamente dobrou o número de autuações (Tomadas de Conta Especial) no estado. Cerca de 90% delas são em prefeituras e, mais ou menos, 50% delas são referentes a obras", completou. Ele atribui esses números a uma elevação no volume de repasses, mas também a uma maior transparência do governo que permite denúncias de irregularidades.
Para a coordenadora do mestrado em gestão pública da Universidade Federal de Pernambuco, Alexandrina Sobreira, falar de obras incompletas é falar da incapacidade de muitos gestores de prever, planejar e executar. Algo que, conforme ela, piora pela falta de continuidade nos trabalhos que impera na política. "Sai prefeito, entra prefeito e cada um quer colocar a sua placa%u2026. Fica o prejuízo de uma obra inacabada que é o prejuízo de tudo o que foi gasto, de um esqueleto largado do qual a população não vai usufruir", acrescentou.
A seleção do que vai ser fiscalizado, porém, é feita com base no valor. Tendem a ser destacadas obras a partir de R$ 10 milhões. "Nos demais casos, o TCU precisa fazer cumprir a fiscalização dos órgãos cedentes, como Caixa Econômica, ministérios e até as prefeituras que também têm obrigação de fiscalizar o que as empresas que elas contratam estão executando", disse o secretário de Controle Externo do Tribunal, Luciano Teixeira.
Um dos principais entraves é a estrutura. Em Pernambuco, o TCU dispõe de apenas 23 auditores. O secretário destaca, porém, que enquanto isso, a demanda tem aumentado significativamente. "Do ano passado para cá, praticamente dobrou o número de autuações (Tomadas de Conta Especial) no estado. Cerca de 90% delas são em prefeituras e, mais ou menos, 50% delas são referentes a obras", completou. Ele atribui esses números a uma elevação no volume de repasses, mas também a uma maior transparência do governo que permite denúncias de irregularidades.
Para a coordenadora do mestrado em gestão pública da Universidade Federal de Pernambuco, Alexandrina Sobreira, falar de obras incompletas é falar da incapacidade de muitos gestores de prever, planejar e executar. Algo que, conforme ela, piora pela falta de continuidade nos trabalhos que impera na política. "Sai prefeito, entra prefeito e cada um quer colocar a sua placa%u2026. Fica o prejuízo de uma obra inacabada que é o prejuízo de tudo o que foi gasto, de um esqueleto largado do qual a população não vai usufruir", acrescentou.
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