Publicação: 29/09/2013 12:39
Poucas pessoas atenderam ao chamado do grupo Direitos Urbanos Recife (direitosurbanos.wordpress.com) para participar de uma manifestação em frente ao edifício Caiçara, neste domingo (29). Um primeiro encontro aconteceu no último sábado (28), mas também teve baixa adesão. O prédio na Avenida Boa Viagem, no bairro do Pina, Zona Sul, foi parcialmente demolido na última sexta-feira (27), fato que gerou repercussão nas redes sociais.
Quem passou pelo prédio depositou flores, velas e uma faixa de luto. Uma das participantes da manifestação é a arquiteta Nani Azevedo, coordenadora do Movimento Salve o Caiçara (salveocaicara.blogspot.com.br), fundado há dois anos.
Segundo a arquiteta, ao contrário do que muitos estão falando, é possível recuperar o edifício, por conta da sua estrutura. Além disso, Nani revelou que a fachada do Caiçara foi modificada há alguns anos, ao serem aplicadas pastilhas coloridas. Ainda de acordo com ela, o prédio possuída um revestimento pintado.
O edifício Caiçara foi parcialmente posto abaixo mesmo com a licença de demolição, emitida em novembro de 2011 pela Prefeitura do Recife, suspensa. Por conta disso, a construtora Rio Ave também será acionada pelo governo municipal e terá que pagar multa de R$ 15 mil.
Em nota, a Rio Ave afirmou ter iniciado a demolição com base na licença da PCR de novembro de 2011. Afirmou, ainda, que somente não tinha começado a pôr abaixo o prédio por conta do processo de tombamento, mas, sabendo da decisão do Conselho Estadual de Cultura, resolveu iniciar a ação. Segundo o MPPE, há planos de erguer um edifício de 40 apartamentos no valor de cerca de R$ 3 milhões cada um.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE) lamentou a demolição. Para o presidente Roberto Montezuma, a reação da sociedade deve servir de alerta para o poder público rever os processos de tombamento de diversos outros exemplares não abrigados.
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