AFP - Agence France-Presse
Publicação: 19/01/2014 13:50
Opositores pró-europeus se reúnem em Kiev |
Kiev - Cerca de 200.000 opositores pró-europeus protestavam neste domingo, na Praça da Independência, em Kiev, desafiando as autoridades, após a adoção de novas leis reforçando as sanções contra os manifestantes, fortemente denunciadas pelos ocidentais.
Enfrentando temperaturas bem abaixo de 0° Celsius, as pessoas se reuniram dentro e nas imediações da praça, também batizada de Maïdan, ocupada há cerca de dois meses por opositores pró-europeus depois da recusa do presidente Viktor Yanukovytch em assinar um acordo de associação com a União Europeia para se alinhar à Rússia.
Eles atenderam aos apelos dos líderes da oposição para denunciar a proibição de qualquer ato público no centro de Kiev até 8 de março e as novas leis promulgadas na sexta por Yanukovytch que introduziram ou reforçaram as sanções contra os manifestantes.
Dezenas de pessoas usavam capacetes ou máscaras carnavalescas, em sinal de desprezo diante de uma das novas leis que pune as pessoas que protestarem mascaradas ou com capacetes.
"Espero hoje que a oposição adote medidas decisivas e drásticas", disse à AFP um dos ocupantes da Maïdan, Sergiy Nelipovitch. "Não podemos esperar muito tempo. Não temos escolha: ou nós ganhamos ou entramos em uma ditadura", acrescentou. Revezando-se em um palco, os líderes da oposição denunciaram os novos textos.
"Nós declaramos ilegal a nova legislação adotada", declarou o boxeador Vitali Klitschko, líder do partido Oudar (Golpe). Ele pediu que as forças de segurança se unam aos opositores. "Peço às forças de ordem: passem para o lado do povo!", lançou.
"O Parlamento perdeu sua legitimidade. Isso significa que devemos criar um conselho do povo entre os políticos opositores", afirmou Arseni Yatseniuk, integrante do partido da opositora Yulia Timoshenko. Mas alguns políticos foram vaiados pela multidão, acusados de não terem um plano de ação e um verdadeiro líder.
Depois de o movimento de contestação ter conseguido mobilizar centenas de milhares de pessoas em dezembro, ele perdeu um pouco a sua força após a assinatura, no dia 17 de dezembro em Moscou, de acordos econômicos que forneciam um crédito de 15 bilhões de dólares à Ucrânia e reduziam o preço do gás russo em cerca de um terço.
Mas a adoção das novas leis repressivas pode dar mais vigor aos protestos. Os textos, votados em meio a cenas de caos no Parlamento, estabelecendo penas de 15 dias de prisão pela instalação não autorizada de barracas em locais públicos e de até cinco anos de prisão para as pessoas que bloquearem os prédios oficiais.
Uma lei pune com multas, confisco de carteiras de motorista e apreensão de carros qualquer manifestação envolvendo mais de cinco veículos. Um outro texto obriga as ONG beneficiadas com financiamentos ocidentais a se registrar como "agentes do exterior".
Esse termo usado para definir os opositores na época do líder soviético Josef Stalin, tem sido mencionado com frequência para denunciar os manifestantes na Rússia de Vladimir Putin, que adotou uma lei semelhante em 2012.
Os ocidentais alertaram as autoridades ucranianas para esses textos e Timoshenko denunciou a instauração de uma "neo-ditadura".
O ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, um ardoroso defensor da aproximação entre Ucrânia e UE, disse em uma entrevista à rede de televisão ucraniana hromadske.tv que os europeus haviam discutido com os americanos sanções contra algumas pessoas do governo.
"Nós falamos disso com os americanos. Isso tem a ver, antes de tudo, com a questão da violência. Nossa posição exata é que a violência não deve ser empregada contra os participantes pacíficos de manifestações", declarou, acrescentando que os contatos estavam sendo mantidos.
Enfrentando temperaturas bem abaixo de 0° Celsius, as pessoas se reuniram dentro e nas imediações da praça, também batizada de Maïdan, ocupada há cerca de dois meses por opositores pró-europeus depois da recusa do presidente Viktor Yanukovytch em assinar um acordo de associação com a União Europeia para se alinhar à Rússia.
Eles atenderam aos apelos dos líderes da oposição para denunciar a proibição de qualquer ato público no centro de Kiev até 8 de março e as novas leis promulgadas na sexta por Yanukovytch que introduziram ou reforçaram as sanções contra os manifestantes.
Dezenas de pessoas usavam capacetes ou máscaras carnavalescas, em sinal de desprezo diante de uma das novas leis que pune as pessoas que protestarem mascaradas ou com capacetes.
"Espero hoje que a oposição adote medidas decisivas e drásticas", disse à AFP um dos ocupantes da Maïdan, Sergiy Nelipovitch. "Não podemos esperar muito tempo. Não temos escolha: ou nós ganhamos ou entramos em uma ditadura", acrescentou. Revezando-se em um palco, os líderes da oposição denunciaram os novos textos.
"Nós declaramos ilegal a nova legislação adotada", declarou o boxeador Vitali Klitschko, líder do partido Oudar (Golpe). Ele pediu que as forças de segurança se unam aos opositores. "Peço às forças de ordem: passem para o lado do povo!", lançou.
"O Parlamento perdeu sua legitimidade. Isso significa que devemos criar um conselho do povo entre os políticos opositores", afirmou Arseni Yatseniuk, integrante do partido da opositora Yulia Timoshenko. Mas alguns políticos foram vaiados pela multidão, acusados de não terem um plano de ação e um verdadeiro líder.
Depois de o movimento de contestação ter conseguido mobilizar centenas de milhares de pessoas em dezembro, ele perdeu um pouco a sua força após a assinatura, no dia 17 de dezembro em Moscou, de acordos econômicos que forneciam um crédito de 15 bilhões de dólares à Ucrânia e reduziam o preço do gás russo em cerca de um terço.
Mas a adoção das novas leis repressivas pode dar mais vigor aos protestos. Os textos, votados em meio a cenas de caos no Parlamento, estabelecendo penas de 15 dias de prisão pela instalação não autorizada de barracas em locais públicos e de até cinco anos de prisão para as pessoas que bloquearem os prédios oficiais.
Uma lei pune com multas, confisco de carteiras de motorista e apreensão de carros qualquer manifestação envolvendo mais de cinco veículos. Um outro texto obriga as ONG beneficiadas com financiamentos ocidentais a se registrar como "agentes do exterior".
Esse termo usado para definir os opositores na época do líder soviético Josef Stalin, tem sido mencionado com frequência para denunciar os manifestantes na Rússia de Vladimir Putin, que adotou uma lei semelhante em 2012.
Os ocidentais alertaram as autoridades ucranianas para esses textos e Timoshenko denunciou a instauração de uma "neo-ditadura".
O ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, um ardoroso defensor da aproximação entre Ucrânia e UE, disse em uma entrevista à rede de televisão ucraniana hromadske.tv que os europeus haviam discutido com os americanos sanções contra algumas pessoas do governo.
"Nós falamos disso com os americanos. Isso tem a ver, antes de tudo, com a questão da violência. Nossa posição exata é que a violência não deve ser empregada contra os participantes pacíficos de manifestações", declarou, acrescentando que os contatos estavam sendo mantidos.
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