Prefeito eleito promete apresentar "time" após o Natal (Foto: Andréa Rêgo Barros/PSB)
Foram quase 50 dias da vitória nas urnas. E restam apenas 35 dias para iniciar a gestão, em 1º de janeiro. Até o Natal, o prefeito eleito Geraldo Julio (PSB) terá alguns percalços para concluir a formação de sua futura gestão. E seu futuro governo, para os planos nacionais do PSB, deverá ser visto como um modelo, uma referência. Tais mudanças planejadas por Geraldo devem impactar numa reforma administrativa que vai se impor ao quadro funcional da Prefeitura do Recife. O socialista já sublinhou que a escolha dos nomes para sua equipe será calcada levando em conta a meritocracia. Nesse ínterim, o contato com seu padrinho político, o governador Eduardo Campos (PSB), deverá ser mais constante, visando à possibilidade de “puxar” mais integrantes do Governo do Estado para o Executivo municipal.
O governador Eduardo Campos chega neste final de semana, após recesso de 15 dias para férias. Nessa retomada aos trabalhos, o cacique do PSB deverá ter conversas com Geraldo Julio. No centro da discussão está a possibilidade de o gestor estadual liberar mais secretários e auxiliares para ajudar o prefeito eleito no Recife. É de extremo interesse de Campos e do partido, do ponto de vista nacional, que a gestão de Geraldo engrene. O êxito do afilhado político no comando do Executivo municipal – depois de derrotar o PT, após 12 anos de governo – selaria de vez um projeto nacional do presidente nacional dos socialistas.
Geraldo Julio vai chegar à PCR com a responsabilidade de acertar logo na chegada. E esses acertos iniciais implicam, em boa parte, na formação de uma equipe de governo que dê segurança ao prefeito eleito de administrar sem espaço para “furos” na gestão. Para tanto, no início do mês, Eduardo Campos promoveu mudanças em alguns postos do Governo de Pernambuco para suprir demandas do afilhado político. Do Estado, Campos delegou Alexandre Rebelo e Nilton Mota – dois nomes que auxiliaram o prefeito eleito na campanha eleitoral – para “cumprir missão” ao lado do futuro gestor. Os dois são cotados, junto ao coordenador de transição, Antônio Alexandre, e do ex-gerente de Comunicação do Estado, Carlos Percol, a assumirem postos no primeiro escalão na PCR.
Além do governador Eduardo Campos, Geraldo Julio deverá buscar opções junto aos partidos que os apoiou na campanha eleitoral. O prefeito foi eleito com ajuda de 14 partidos e mais de 300 candidatos a vereador. Historicamente, as últimas gestões na PCR acomodaram até seis partidos no primeiro escalão. Os demais cargos, como diretorias de autarquias e empresas estatais, foram destinados às indicações políticas. O socialista poderá convidar ainda algum vereador na Câmara do Recife. As mudanças no Parlamento poderiam ser interpretadas com um gesto aos aliados. Nos bastidores, comenta-se que até dois nomes estariam nos planos do futuro gestor.
Paralelo às escolhas políticas, o prefeito eleito já empreendeu o movimento para resgatar nomes com quem trabalhou no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para atuar na PCR. Com vistas nisso, Geraldo Julio já teve um encontro com a presidente do TCE, Teresa Duere, para verificar a disponibilidade de funcionários para assumir funções no Executivo municipal. O órgão de controle beira o limite de cessão. Dos 35 servidores emprestados às instituições, 30 têm funções no Estado, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça de Pernambuco e até na PCR. Dessa cota, o socialista poderia incorporar até seis meses, uma vez que a prefeitura abriga um técnico da Casa.
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