Quem se livrar de armamento pode receber de R$ 150 a R$ 450
A partir de agora, quem possuir alguma arma de fogo guardada tem mais um motivo para entregá-la espontaneamente em algum dos 28 postos existentes em Pernambuco. Isto porque, desde a última sexta-feira, o valor da recompensa para quem se livrar o equipamento aumentou o mínimo para R$ 150 e o máximo para R$ 450 - antes, os valores variavam de R$ 100 a R$ 300. A quantia pode ser retirada com 24 horas após o usuário desfazer-se do armamento.
De maio de 2011 até agora, mais de 61 mil armas foram entregues em todo o Brasil. Em Pernambuco, foram cerca de três mil. No entanto, 13,4 milhões unidades ainda estão com populares. De acordo com o coordenador nacional do Movimento Internacional Pela Paz e Não-Violência (MovPaz) e coordenador regional da Campanha do Desarmamento em Pernambuco, Bahia e Sergipe, Clóvis Nunes, a medida vai intensificar a proposta.
A ideia faz parte dos pilares da campanha: controle da lei para uso da arma, a comercialização do produto, e a tomada coercitiva da arma (por meio de blitze e da entrega voluntária). “Até agora tem aumentado consideravelmente a quantidade de entrega. O Governo (Federal) vai investir em mídias nacionais de televisão, ônibus, cartazes e panfletos, além de spots em rádio de todo o País, para estimular a conscientização”, frisou Clóvis Nunes.
Em torno de R$ 18 milhões devem ser disponibilizados para o procedimento, que terá início em dezembro. “Talvez, façamos a maior campanha de redução de homicídios que o Brasil já teve”, complementou Clóvis Nunes, fazendo alusão à diminuição dos crimes como decorrência da entrega de armas. Cerca de dez mil estatutos serão distribuídos nas escolas públicas e privadas, ainda no primeiro trimestre de 2013.
O coordenador ainda acrescentou que o revólver de calibre 38, cuja indenização é de R$ 150, é o campeão de entrega. “Pelo fato de ser uma arma mais leve e que era permitida antes do Estatuto do Desarmamento, ela era a mais utilizada. Consequentemente, a mais entregue”, afirmou Nunes.
Para a Copa do Mundo de 2014 também há novidades que devem alavancar a campanha. “A Fifa (Federação Internacional do Futebol) e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) assinaram um acordo que o inclui o desarmamento no projeto social da Copa. Então, em todos os jogos da seleção brasileira, incluindo os amistosos, os jogadores do Brasil vão entrar nos estádios carregando a faixa ‘Por um Brasil sem armas’”, adiantou Clóvis Nunes.
Todas as armas que já foram arrecadadas, bem como as futuras, terão que ser destruídas. “Quando um posto recebe a arma, a pessoa não precisa se identificar e nem dizer a origem dela. O produto é danificado na frente da pessoa e, em seguida, levamos a arma ao Exército, onde eles a destroem definitivamente”, relatou o coordenador. O procedimento é utilizado para evitar que esses revólveres e espingardas sejam reutilizados. “Como a maioria delas era fabricada sem o controle da lei (antes de 2010) muita gente conseguia usar essas armas, mesmo depois de entregues”, observou Nunes.
Campanha do Desarmamento já registrou 60 mil armas entregues, desde maio de 2012
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