Governo Eduardo Campos PT promete fazer críticas pontuais à gestão socialista

Presidente estadual do PT, Pedro Eugênio, diz que posição crítica não significará rompimento


Se afastar do governo Eduardo Campos não está na pauta do PT. Mas nada impede que, mesmo fazendo parte da base de sustentação da Frente Popular, os deputados estaduais petistas possam fazer críticas pontuais à gestão socialista quando acharem pertinente. O modelo a ser adotado está sendo “inspirado” no modo de agir do governador, que recentemente marcou posição ao assumir o discurso do pacto federativo no governo Dilma Rousseff (PT). 

Na reunião realizada pelo presidente estadual do partido, deputado federal Pedro Eugênio, com a bancada estadual petista, ficou acertado entre eles que fazer avaliações críticas não significa rompimento. “Não temos que discutir o processo de rompimento com o PSB porque o governador Eduardo Campos não está fazendo isso”, enfatizou o petista logo após a reunião. 

Presente à reunião, o líder do PT na Assembleia Legislativa, Manoel Santos, avaliou que o fato de seu partido estar na base governista não significa impedimento ao tratar de determinados assuntos, a exemplo da seca. “O problema da seca exige uma ação de todos. O do milho também. Inicialmente existiam dois pontos de distribuição. Hoje tem mais de dez e abrindo novos. Mas há necessidade de o governo acelerar a chegada desses produtos aos agricultores para alimentar os animais”, explicou. 

O diretório estadual também defende que os vereadores do Recife não façam oposição sistemática à gestão do socialista Geraldo Julio. Eles informam, no entanto, que não há uma deliberação até o momento de como o partido vai se relacionar com o novo prefeito. “O diretório municipal está cuidando disso. Já houve duas reuniões e haverá uma terceira. Não vamos tirar nenhuma posição antes da municipal”, avisou Pedro Eugênio. 

Oficialmente, os petistas alegam que não vão pleitear cargos na Prefeitura do Recife, mas nos bastidores circula a informação que o convite seria visto como um gesto de reaproximação do PSB com o PT após o desgastante processo eleitoral que culminou com a derrota do ex-candidato a prefeito do Recife, o senador Humberto Costa, e de seu candidato a vice, João Paulo. 
Líder petista na Assembleia, Manoel Santos, defende que vereadores do partido fiquem na base de Geraldo Julio


O deputado Manoel Santos disse que os vereadores do partido no Recife terão, a partir de janeiro, um processo de relação cotidiana com Geraldo Julio. “Uma coisa é fazer parte do governo do estado, outra é da prefeitura. Até aqui não foi solicitado que o PT integre o governo municipal. Na minha opinião, os vereadores não devem fazer oposição sistemática”, defendeu. 

Além de Pedro Eugênio e de Manoel Santos, participaram do encontro os deputados Sérgio Leite, André Campos e Teresa Leitão. “Não vamos romper. O importante é discutir a relação, os programas e colaborar com o governo.

À tarde, na solenidade de reinauguração do Museu da Cidade do Recife, o prefeito João da Costa defendeu a reaproximação do PT com o PSB. “Ninguém faz política sozinho. Todos procuramos trabalhar em campos políticos. Estamos num campo em que o governo federal é parceiro do governo do estado e vice-versa. O PT tem que ter metas e propostas e capacidade de dialogar dentro da Frente Popular”, afirmou.