Envio de alunos via Ciência Sem Fronteiras aumenta interesse dos norte-americanos e oportunidades para graduação e pós-graduação
Publicado em 25/08/2013, às 08h00
Mayara Souza participou do Ciência Sem Fronteiras: "Recomendo para todos"
Guga Matos/JC Imagem
O destaque econômico do Brasil no cenário internacional e o financiamento do governo brasileiro ao intercâmbio abriram os olhos dos EUA. Agora eles estão mais atentos e interessados nos alunos tupiniquins. Sobretudo do Nordeste. Pernambuco se destaca nesse contexto como maior emissor da região no Programa Ciência Sem Fronteiras, maior canal hoje de envio de estudantes para fora do País.
Entre os dados que comprovam esse fluxo, está o aumento da concessão de vistos: a média mensal no Brasil subiu 16,7%. No Consulado dos EUA no Recife, referência para o procedimento no Nordeste, o crescimento na aprovação de vistos foi maior. A média mensal cresceu 54,5%. E a quantidade de autorizações para estudantes este ano até agosto já é maior do que o total de 2012.
“No Brasil, a área de educação é prioridade”, comenta a consulesa de Diplomacia Pública do Consulado dos EUA no Recife, Heidi Arola. Ela está no Estado há dois anos focada em fazer a ponte entre instituições dos dois países.
O Nordeste está no centro dessa atenção. No ano passado, pela primeira vez a região recebeu uma comitiva de reitores. Eles vieram ao Recife em uma viagem organizada pelo Consulado e a Câmara Americana de Comércio (Amcham). Meses depois, a capital pernambucana recebeu outro grupo, desta vez com assessores internacionais, de 10 universidades. E no início do próximo mês, outro encontro com mais 10 instituições dos EUA será feito em Pernambuco.
Além desse relacionamento entre as universidades e outras entidades, Recife também tem sido foco de contato direto com estudantes e profissionais interessados em pós-graduações.
Em abril, a primeira edição nordestina da feira Alumni Advising, filiada ao governo americano, foi aqui. Tinha foco nas áreas de tecnologia, engenharia e ciências. No dia 2 de setembro, outra feira estreia no Recife: a Linden U.S. University Fair, com 23 universidades norte-americanas.
Os dois eventos foram organizados em parceria com a EducationUSA, selo oficial do governo americano para assuntos relacionados à educação. A localização do escritório também é reflexo da atenção ao Nordeste: fica na Associação Brasil América (ABA) do Recife.
“Em um momento de recessão mundial, os americanos estão muito antenados no Brasil. E o mercado brasileiro é grande, com alunos excelentes. Eles querem aproveitar esse potencial”, pontua a Coordenadora de Estudos no Exterior e Testes Internacionais e representante do EducationUSA, Danyelle Marina Silva.
A consulesa comenta que todos esses fatores se somaram ao Programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal. Lançado em 2011, tem meta de conceder 101 mil bolsas de graduação e pós-graduação para brasileiros que querem estudar no exterior. Os norte-americanos são os maiores receptores.
Há quase um ano nos EUA, a pernambucana Mayara Souza, 23 anos, já participou de atividades como um estágio no Boston Medical Center. Estudante de medicina, ela está entre as contempladas com 1.537 bolsas do programa para Pernambuco. “Não teria conseguido se não fossem os benefícios”, revela Mayara, ao destacar que seus maiores ganhos foram a experiência com professores e tecnologia de ponta. “Penso em voltar para uma especialização”, conta.
FEIRA
Mayara conheceu o programa Ciência Sem Fronteiras em uma divulgação feita em sua faculdade. À época, pouca gente sabia do que se tratava. Na Linden U.S. University Fair, o programa também estará em exposição, assim como outras oportunidades de bolsas e cursos pagos.
O evento será no dia 2 de setembro, no Atlante Plaza, em Boa Viagem, das 17h às 20h30. A entrada é gratuita, desde que seja feito o cadastro prévio no site da feira.
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