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sábado, 24 de agosto de 2013

Manifestantes radicais » Diario revela quem são os Black Blocs de Pernambuco

Reportagem especial de Sílvia Bessa e Vandeck Santiago mostra o perfil dos mascarados que pegaram as autoridades de surpresa durante os protestos da última quarta-feira no Recife

Publicação: 24/08/2013 15:00 Atualização: 24/08/2013 04:23

"Marx Rafa" defende uso da máscara para evitar que polícia "marque" manifestante. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Na última quarta-feira, antes de seguir para o colégio de classe média alta da Zona Norte do Recife onde estuda, ele encheu a mochila com duas camisas pretas e uma máscara branca ao estilo “V” de Vingança. Assistiu às aulas preparatórias para tentar uma vaga no curso de medicina no próximo vestibular e, no meio da tarde, zarpou para o Centro da cidade. Não avisou os pais sobre o destino. Chegou no momento do tumulto entre manifestantes e policiais. Era tudo o que queria. Marx Rafa, como é conhecido entre os “companheiros”, apressou-se. Trocou o fardamento escolar, paramentou-se para reforçar a ação dos Black Blocs, do qual faz parte há dois meses, e partiu para o enfrentamento à Polícia Militar. Ao fim do dia, voltou para casa, “nervoso”, dizendo-se ainda mais revoltado contra “o sistema”.

Marx integra um movimento que arregimentou pelo menos 40 jovens em Pernambuco. A maioria é formada por estudantes com idade entre 16 e 25 anos. Chamados de Black Blocs, seguem o modelo alemão - “uma tática de tropa de choque”, datada de 1980 - e repetem métodos utilizados recentemente em outros estados brasileiros. São considerados os mais radicais e violentos das manifestações. São os Black Blocs que vestem máscaras e seguem com um quebra-quebra contra prédios públicos, privados e ônibus coletivos. É em torno deles que a polícia de Pernambuco tem fechado o cerco.

Diario conversou com vários Black Blocs durante a semana para revelar quem são, como agem e o que querem os adeptos do movimento em Pernambuco. Publicamos entrevistas com dois integrantes daqui: Marx e um segundo jovem secundarista, de 17 anos, conhecido como Priest Rafa.

Marx e Priest justificam que os atos de vandalismo e destruição são uma “reação” à polícia. Falam muito sobre anarquismo. São instruídos, estiveram nos últimos protestos, dizem ter medo de ir para o confronto, mas prometem continuar a participar das “ações”.

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