Os produtores de cana-de-açúcar do Nordeste solicitaram, nesta sexta (23), durante reunião do Conselho Deliberativo da Sudene medidas para fomentar a irrigação e a silagem na Zona da Mata da região; o objetivo é amenizar os efeitos da seca para o setor canavieiro, cuja produção rende um faturamento anual em torno de R$ 8 milhões
23 DE AGOSTO DE 2013 ÀS 19:02
PE247 - Os produtores de cana-de-açúcar do Nordeste solicitaram durante a 18º Reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), realizada nesta sexta-feira (23), em Maceió (AL), a implementação de ações para fomentar a irrigação e a silagem na Zona da Mata de toda a região, com o objetivo de ajudar o setor a enfrentar os efeitos da estiagem, considerada a maior dos últimos 50 anos. Segundo a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), a cadeia sucroenergética, formada por trabalhadores, produtores e industriais, responde por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no estado.
Com cerca de 21 mil produtores espalhados pela Região Nordeste, o segmento dos produtores de cana de açúcar tem um faturamento anual em torno de R$ 8 milhões. Mas a seca tem castigado o setor canavieiro, que, em Pernambuco, por exemplo, amargou um prejuízo em torno de R$ 700 milhões na safra 2012/2013 (setembro/março). Diante deste cenário, o presidente da AFCP, Alexandre Andrade Lima, defende a distribuição geográfica de fundos agrícolas que atendem aos produtores nordestinos.
"É preciso que seja alocado investimento por parte dos governos para construção de pequenas barragens e a aquisição de toda a estrutura de irrigação", disse Lima, que também preside a União Nordestina dos Produtores de Cana-de-Açúcar (Unida). De acordo com o dirigente, é necessário, também, a instalação de silos – locais onde se armazena os produtos agrícolas – para alimentar o rebanho nas regiões do Agreste e do Sertão. "Assim, haverá menos problemas para os rebanhos nos tempos de estiagem, como ainda evitará gastos exorbitantes dos poderes públicos com ações emergências", complementou.
Além disso, a Unida reforça a necessidade de manutenção do Programa de Subvenção para os Produtores de Cana do Nordeste. Lima solicitou a regulamentação do programa por um período mínimo de 10 anos, no valor de R$ 12 por tonelada de cana, reajustado por ano. Vale ressaltar que a presidente Dilma Rousseff (PT) assinou um decreto, publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (21), autorizando o pagamento da subvenção econômica para 21 mil produtores nordestinos de cana. O benefício chega a R$ 148 milhões, montante que deve começar ser liberado ainda no fim do mês, conforme previsão da entidade.
O setor canavieiro pede, ainda, incentivos fiscais para tornar o álcool combustível mais competitivo em relação à gasolina com o objetivo de estimular a produção alcooleira maior do que açucareira. Segundo a Unida, esta medida diminuirá a oferta de açúcar no mercado externo, gerando uma melhor remuneração da tonelada de cana, uma vez que o valor do açúcar volta a se elevar. "Com mais produção de etanol no mercado interno, o seu preço diminui, aumentando a sua procura no país, e a Petrobras poderá importar menos gasolina diante da nova demanda", afirmou Lima.
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