Em novo apelo, petistas vão ouvir as razões de manter os cargos ocupados nos governos do PSB. Permanência gera nova intriga
Publicado em 25/09/2013, às 06h00
Bruno Ribeiro, candidato da CNB à presidente estadual do PT, revela que há desconforto com decisão da Executiva nacional
Clemilson Campos/JC Imagem
Além da defesa pública de lideranças estaduais petistas pela entrega dos cargos ocupados pelo PT nos governos de Eduardo Campos e Geraldo Julio, ambos do PSB, o consenso estava sendo construido nos bastidores. A nota da Executiva nacional defendendo a manutenção da aliança nos Estados entre PT e PSB frustrou e, para alguns, foi encarada como a segunda intervenção no partido em Pernambuco. Num novo apelo, a direção estadual vai até à nacional ouvir as razões, mas também para contra-argumentar.
Candidato da corrente CNB à presidência estadual do PT, Bruno Ribeiro informou que um encontro está sendo articulado com Rui Falcão, presidente nacional do partido, para expressar “as preocupações locais”. “Ontem (segunda) não foi apenas concordar (com a nota). Vamos conversar com a nacional para expressar as preocupações locais. Há um certo desconforto”, ponderou. Ontem, o PSB no Rio Grande do Sul entregou os cargos que ocupava na gestão de Tarso Genro (PT).
Um dos defensores de um posicionamento independente do PSB no Estado, o deputado federal João Paulo (PT) reconheceu que há a intenção de discutir o assunto com a direção nacional.
O PT está no Estado com Isaltino Nascimento (Transportes), Fernando Duarte (Cultura) e Oscar Barreto (secretário-executivo de Agricultura), este último o mais ferrenho defensor na manutenção dos cargos. Na Prefeitura do Recife, o representante do partido, pela cota do ex-prefeito João da Costa (PT), é Eduardo Granja (Habitação).
Oficialmente, Bruno Ribeiro afastou a pecha de uma nova intervenção no PT no local. “O PSB também decidiu pela questão nacional, não pela estadual. Vamos conversar com a nacional para colocar , as razões de Pernambuco. Agora, o PSB amadureceu isso por bastante tempo, nós temos muito pouco tempo”, colocou.
Adversária de Bruno na disputa do Processo de Eleição Direta (PED), a deputada estadual Teresa Leitão (PT) criticou o comportamento das lideranças petistas locais, como Humberto e João Paulo, que levantaram a bandeira pela imprensa. “Pior foi para elas, porque ontem (segunda) tiveram que concordar”, fustigou a candidata.
Segundo Teresa, está acontecendo uma inversão do debate, de ficar ou não no governo do PSB. “Ela pode ser retomada mais tarde, mas não a priori”, disse. Do seu grupo político, o mesmo de João da Costa, o deputado Fernando Ferro foi o único a criticar a falta de autonomia do diretório estadual frente ao nacional e a decisão de ficar, tomada anteontem.
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