Aos domingos e terças-feiras, o jornalista Alex traz suas crônicas literárias e faz um passeio pelas artes e pela sociedade pernambucana.
Nem sempre os santos acertam em suas afirmações. Quando Santo Agostinho disse que o destino é um processo necessário, que seguirá adiante, independente da vontade de Deus e dos homens, ele não estava correto. Só posso acreditar no destino quando ele divide o seu pergaminho futuresco com a vontade de Deus.
Quando aquela mocinha entrou no seu quarto amplo e confortável, abriu a cortina e olhou o mar ainda iluminado pela meia-lua. E lembrou-se de uma frase que copiou num dos seus cadernos: “Quem pode dizer o que é pecado diante de Deus?” Quem no seu universo de gente jovem e adultos, sobretudo adultos, pode julgá-la com exatidão?
Com que idade temos o direito de tomar decisões?
Fechou a cortina e foi dormir certa de que acordaria no dia seguinte sem o seu remorso.
Era sua vida, ela é que teria de decidir.
E tudo aconteceu exatamente assim.
Acordou, olhou o mar do alto do edifício onde morava, como sempre fazia, e evitou pensar no assunto.
Filha de pais divorciados, estava tomando café quando a mãe sentou-se à mesa, ansiosa, indagando: “E então?”
A filha, tranquila, respondeu: “Não vou casar e vou ter um filho. Como sou de menor, vou ficar aqui, frequentando a escola. A vida continua, a senhora é fina, educada, chique, não vai pensar numa confusão.”
Bem, não é preciso acrescentar mais nada.
O filho nasceu, ela continuou encontrando-se com o garotão.
Um dia vai descobrir o amor, com o mesmo rapaz ou com outro que aparecer em sua vida.
E assim é o cotidiano familiar em nossos dias, tão surpreendente, aparentemente feliz e sem problemas.
Mas, não esquecer os grandes dramas familiares não são raridades em nossos dias.
José de Souza Alencar ( Alex)
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