De acordo com parentes, esqueletos são retirados da sepultura antes do prazo e ficam expostos sem identificação
Durante a remoção dos restos mortais de Lindinalva Maria de Souza, 55 anos, no Cemitério da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, os familiares tiveram a dor multiplicada. Eles não encontraram os ossos da mulher na gaveta onde ela havia sido sepultada. O cadáver teria sido removido, segundo os parentes, oito meses antes do prazo estabelecido pela administração. No túmulo, havia o nome de outra pessoa.
Sobrinhos e filhos da morta chegaram a filmar o trabalho dos coveiros tentando encontrar os restos mortais da mulher em meio a sacos cheios de ossos, jogados ao relento, no terreno do cemitério. Muitas ossadas estavam expostas, sem acondicionamento adequado e qualquer identificação. O vídeo mostra, ainda, os coveiros perguntando à família as características das roupas da falecida em uma tentativa de encontrar os restos mortais.
De acordo com uma das denunciantes, a família recebeu um recibo da administração do cemitério informando que a ossada deveria ser retirada da gaveta no dia 15 de novembro deste ano. “Eles nos informaram que o corpo da minha tia ainda estava dentro da gaveta e só a placa, com o nome, é que tinha mudado. Eles marcaram com a gente na terça-feira e quando chegamos lá, não tinha ninguém para nos dar satisfação”, disse.
“Isso é desumano, doloroso, triste. Além de achar os restos da minha tia, a gente quer justiça”, desabafou.
A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes informou, em nota, que está investigando o caso da família e que irá abrir um processo administrativo para averiguar a procedência da denúncia. O Cemitério Público da Muribeca realiza uma média de sete sepultamentos por dia e possui equipes alternadas que diariamente atuam no local.
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