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sábado, 24 de agosto de 2013

Armas químicas » Obama e Cameron discutem resposta à situação na Síria


Publicação: 24/08/2013 20:15 


Washington - As Forças Armadas dos EUA e assessores de segurança nacional apresentaram ao presidente Barack Obama um relatório com uma série de opções para responder à alegada utilização de armas químicas pelo governo sírio, dentre elas a militar. Em nota, a Casa Branca afirmou neste sábado que Obama conversou ao telefone com o primeiro-ministro britânico David Cameron e os dois expressaram "grave preocupação" com os relatos de uso de armas químicas. Antes, o presidente havia se reunido com seus principais assessores, incluindo o vice-presidente Joe Biden, a conselheira de segurança nacional, Susan Rice, e o diretor da CIA, John Brennan.

"Em coordenação com os parceiros internacionais e consciente das dezenas de relatos de testemunhas e registros dos sintomas dos mortos, o serviço de inteligência dos EUA continua a reunir fatos para verificar o que ocorreu. O presidente também recebeu um leque de potenciais opções para responder ao uso de armas químicas", disse o comunicado.

Segundo a nota, os dois líderes "continuarão mantendo consultas" em torno do suposto uso de armas químicas por parte do regime do presidente Bashar al-Assad contra a oposição.

Obama reluta em intervir na guerra civil que já dura dois anos e meio na Síria, que ele descreveu como um "complexo problema sectário". Há um ano, no entanto, o presidente americano afirmou que a utilização de armas químicas seria uma "linha vermelha" para os Estados Unidos. Agora, ele está sob pressão para tomar medidas.

- Temos diversas opções disponíveis, e nós vamos agir de forma muito deliberada para tomar decisões consistentes com o nosso interesse nacional e com a nossa avaliação do que pode avançar em nossos objetivos na Síria - disse uma autoridade da Casa Branca.

Neste sábado, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou que três hospitais próximos a Damasco relataram 355 mortes depois de um suposto ataque químico na última quarta-feira, que levou a 3.600 admissões nos hospitais com sintomas neurotóxicos causados por gás. A oposição acuda as forças do governo de lançaram os gases mortais em subúrbios controlados pelos rebeldes em Damasco, matando homens, mulheres e crianças que dormiam.

Estimativas da oposição para o número de mortos variam de 500 a bem mais que o dobro desse número, mas como observadores da ONU não conseguem visitar o local, não houve uma verificação de órgão independente. O MSF não tem pessoal próprio na região de Damasco, mas tem apoiado os hospitais e redes de médicos no local desde 2012.

Marinha americana reposiciona navio no Mediterrâneo

O ministro sírio da Informação, Omrane al-Zohbi, reafirmou neste sábado que o regime "jamais utilizou armas químicas", rejeitando as acusações da oposição.

- Jamais utilizamos armas químicas na Síria, sob qualquer forma, líquida ou gás. O Exército sírio não precisa utilizar armas químicas. Seu moral está elevado e realiza progressos diante do terrorismo. Nossas tropas avançam e os terroristas estão acuados - afirmou o ministro Al-Zohbi em entrevista ao canal de televisão Al-Mayadine.

A Marinha dos EUA reposicionou um navio armado com mísseis de cruzeiro no Mediterrâneo, na sexta-feira. O secretário de Defesa Chuck Hagel disse que Obama pediu ao Pentágono opções sobre a Síria. Fontes do serviço de segurança dos EUA e da Europa disseram na sexta-feira que as agências de inteligência fizeram uma avaliação preliminar de que armas químicas foram usadas pelas forças sírias no ataque perto de Damasco nesta semana.

- Como já foi referido anteriormente, o presidente solicitou à comunidade de inteligência para reunir fatos e provas, para que possamos determinar o que ocorreu na Síria. Uma vez que apurar os fatos, o presidente vai tomar uma decisão sobre como responder - disse um funcionário da Casa Branca.

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