Presidente do partido responsabilizou o presidencialismo de coalizão pelo excessivo número de ministérios e cargos de primeiro escalão
Publicado em 01/08/2013, às 22h05
Da Agência Brasil
Brasília - Senadores do PMDB aproveitaram a primeira sessão, após o retorno do recesso parlamentar, para discursar fazendo duras críticas ao modelo de gestão pública do governo federal. A Executiva Nacional do partido aprovara, no início de julho, um documento em que pede a redução de ministérios.
Nesta quinta-feira (1), o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que a reforma política passa também por uma “reforma administrativa” e que o atual presidencialismo de coalizão é o responsável pelo número excessivo de ministérios e cargos de primeiro escalão.
“Impõe-se a revisão da enorme quantidade de ministérios no nosso país, criados sem outra finalidade que não seja a de contemplar os acordos costurados sob a égide do chamado presidencialismo de coalizão”, disse Raupp.
O presidente do PMDB também declarou que os ministérios excedentes geram desperdício de dinheiro público e dificuldade de justificar os cargos relacionados a eles. “Constata-se a profusão de órgãos de primeiro escalão, cujas competências e atribuições beiram a incompreensão, sem qualquer avaliação de eficiência e produtividade. Para muitos, é incompreensível que um país em que as baixas taxas de investimentos constituem um dos gargalos do desenvolvimento econômico despenda os preciosos recursos públicos em despesas inúteis de custeio da máquina estatal”, declarou o senador.
Pouco antes de Raupp, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) subira à tribuna para também pedir a redução no número de ministérios. Farraço disse que eles servem para perpetuar a cultura do “apadrinhamento”. Em seguida, o senador defendeu que o próprio PMDB entregue os cargos que tem no governo para dar o exemplo e o “primeiro passo”.
“A nossa aliança não pode se dar por interesses secundários, por interesses acessórios. A nossa aliança tem que se dar por identidade de propósitos, de objetivos, na linha de construirmos um Estado brasileiro que ofereça respostas à população brasileira”, defendeu Ferraço.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) também fez discurso no qual pediu ao partido que faça uma revisão de sua aliança com o PT e de sua posição no governo. O senador, que tem se autoproclamado um independente, disse que não propõe um rompimento, mas uma mudança de postura para que o PMDB assuma posição mais ativa no governo. Ele lembrou que o partido não foi ouvido antes que o governo anunciasse as medidas em resposta às manifestações de rua de junho, e disse que isso foi “constrangedor”. “Em qualquer outro país, por menor, pobre ou insignificante que seja, em qualquer outro país, o maior partido nacional tem o papel de protagonista. Menos entre nós”, ressaltou.
A ideia de reduzir ministérios, no entanto, vem sendo rechaçada pelo governo. Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) Serviços, no último dia 18, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse não "vislumbrar nenhuma modificação na estrutura de governo feita pela presidenta Dilma Rousseff". Na ocasião, a ministra lembrou que o PMDB ocupa seis ministérios no governo e declarou que iria procurar o partido para entender no que consiste a proposta de redução de pastas.
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