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domingo, 22 de setembro de 2013

RECIFE Gabinete cidadão não se consolida

Proposta do presidente estadual do PSOL, Edilson Silva, não avança na cidade. Estagnação tem relação com a interiorização do partido. Ele promete formatar projeto

Publicado em 22/09/2013, às 07h42

Edilson Silva está mudando a estrutura para o casarão na Boa Vista onde abriga a sede estadual do PSOL / Clemilson Campos/JC Imagem

Edilson Silva está mudando a estrutura para o casarão na Boa Vista onde abriga a sede estadual do PSOL

Clemilson Campos/JC Imagem

Com pouco mais de nove meses de inaugurado, o Gabinete Cidadão, criado pelo ex-candidato a vereador Edilson Silva (PSOL) terá a sua atuação reformulada a partir de outubro. Por considerar que não atingiu os objetivos iniciais, o presidente da sigla no Estado pretende mudar a estratégia. O primeiro passo é afastar a estrutura física da Câmara do Recife. O tal gabinete está se instalando no casarão que sedia o partido, em frente ao Mercado da Boa Vista. Candidato em quatro eleições consecutivas, Edilson lançará o seu nome mais uma vez. Em 2014, ele será candidato à Assembleia Legislativa.
Desde julho, as atividades do Gabinete Cidadão foram desaceleradas em detrimento do movimento de interiorização do PSOL. Devido às viagens realizadas nos últimos dois meses, Edilson Silva paralisou o seu “mandato cidadão” para conduzir o partido no Estado e planejar a sua próxima candidatura. Ele já foi candidato a governador em 2006 e 2010, a prefeito, em 2008, e a vereador, no ano passado. Em 2012, obteve 13.661 votos, ficando na terceira colocação, mas ficou de fora da Câmara por não atingir o coeficiente eleitoral.
Até hoje, as iniciativas do mandato cidadão foram pouco divulgadas. Edilson afirma que nesse período esteve à frente da cobrança do cachê dos músicos que tocaram no Carnaval do Recife, das ações contra o fechamento de escolas profissionalizantes e nas decisões sobre a lei de internação compulsória de dependentes químicos. 
A maioria das promessas feitas por Edilson Silva não foi cumprida. Ele comprometeu acionar a Justiça Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o pagamento de 14º e 15º salários na Assembleia. Além disso, entraria com uma representação no Ministério Público, solicitando a fiscalização de obras para apurar eventuais desvios de conduta da Prefeitura do Recife em favor de construtoras. Por fim, ele pretendia coletar 50 mil assinaturas para formular um projeto de Lei de iniciativa popular para fixar que o reajuste do salário dos vereadores ao dos servidores municipais.
Segundo Edilson, essas iniciativas esbarram em problemas estruturais. “Os trabalhos aqui são voluntários e nós não temos um corpo jurídico para encaminhar as ações. No caso das assinaturas, gastaríamos muito tempo para recolher as necessárias. Depois de um mês, decidimos abortar a campanha”, justificou o dirigente do PSOL no Estado.
GABINETE DE RUA
As ações do mandato popular serão retomadas com o “gabinete na rua”. O novo formato prevê a realização de atividades em praças, feiras e bairros, visando estimular movimentos populares. Segundo Edilson, a mudança foi impulsionada pela impossibilidade de exercer o seu mandato. “A Câmara é muito servil. Tem uma oposição que tenta pressionar, mas o nível de ingerência da prefeitura sobre os vereadores é enorme. Além disso, o presidente (Vicente André) tem uma postura antirrepublicana”, disparou.
A vitória de recentes mobilizações populares, como o movimento de resistência da comunidade do Coque, servem de exemplo para o psolista. “Nesse caso, foi a mobilização popular que legislou. Quero incentivar pressões como essa”, afirmou. Em sua avaliação do cenário político, ele considera que novos contornos foram delineados com a imprevisibilidade das manifestações de junho. “A população não está apenas insatisfeita, ela quer participar da política”.

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