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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Educação » Cuidado com o estresse e a ansiedade às vésperas do Enem


Kelsiane Nunes - Especial para o Correio Braziliense


Publicação: 06/11/2014 21:53 


Amanda Taquary, ao fundo, com amigos do colégio: eles abrem mão de algumas atividades, mas, às vezes, o estresse é demais. Foto: Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press (Amanda Taquary, ao fundo, com amigos do colégio: eles abrem mão de algumas atividades, mas, às vezes, o estresse é demais. Foto: Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press)
Amanda Taquary, ao fundo, com amigos do colégio: eles abrem mão de algumas atividades, mas, às vezes, o estresse é demais. Foto: Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press
A ansiedade e o estresse se fazem presentes na rotina de muitos candidatos que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Às vésperas da realização das provas, que serão aplicadas no próximo sábado (8) e domingo (9), esses comportamentos tendem a ficar mais fortes. No entanto, especialistas apontam que isso tanto pode ajudar o candidato na reta final quanto trazer a ruína. A psicoterapeuta Myriam Durante afirma que 80% dos problemas de aprendizado têm relação com a tensão. “No plano mental, quanto mais força você fizer, menos resultado terá. Quando você fica estressado, não consegue absorver todo o conteúdo estudado”, alerta.

A doutora em distúrbios de desenvolvimento e professora do curso de psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul Anna Carolina Cassiano afirma que o estresse é ocasionado por uma série de fatores que o candidato acumula ao longo da preparação. “É uma sobrecarga que acontece quando a pessoa não cuida da saúde física e psicológica — ao não fazer exercícios físicos e ao não reservar momentos para o lazer.”

Estampada em camisas e estojos dos alunos que fazem o curso pré-vestibular do Colégio Olimpo, a frase “Yes stress” traduz a carga de estudos que a instituição recomenda aos alunos. Diretor pedagógico geral da escola, Vinícius de Miranda acredita que o estresse pode ajudar o aluno a manter o foco e a impulsionar os estudos. “A gente entende como estímulo. Para passar em um curso concorrido, é preciso ter uma rotina pesada de estudos. É um investimento que o aluno está fazendo.”
Juliana e Caio (ao centro) dizem que a pressão é por uma boa causa. Foto: Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press (Juliana e Caio (ao centro) dizem que a pressão é por uma boa causa. Foto: Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press)
Juliana e Caio (ao centro) dizem que a pressão é por uma boa causa. Foto: Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press
Alunos do curso pré-vestibular do colégio, Juliana Miranda, 19 anos, e Caio Fasolak, 18, estudam cerca de 12 horas por dia. Juliana quer fazer medicina na Universidade de Brasília, e Caio, engenharia elétrica na mesma instituição. Caio afirma que se sente pressionado pelos professores, mas isso não atrapalha o rendimento. “Não é nada excepcional. Eles sempre falam que quanto mais a prova se aproxima, mais a gente tem que se esforçar”, explica. Mesmo com o ritmo intenso, Juliana garante que não se arrepende de abdicar de alguns momentos da vida. “Acho que vale a pena porque sempre foi uma meta. Se é o que preciso fazer para cursar medicina, então, está valendo a pena”, afirma.

Estudando há três anos para conseguir uma vaga em medicina na Universidade de Brasília, a aluna Amanda Luiza Taquary, 20 anos, abre mão de algumas atividades, mas não nega o desgaste. “Com a reta final chegando, fica tudo muito cansativo. Dá vontade de largar tudo e sair correndo”, confessa a estudante do colégio Dínatos COC.

Segundo o psicólogo clínico Fernando Elias José, certo nível de estresse pode levar o candidato a ter um desempenho melhor, mas é preciso dosar a pressão: “É necessário autoconhecimento para saber o momento de parar de estudar.” Caso contrário, de acordo com a professora Anna Carolina Cassiano, a preparação vai ser desperdiçada. “O estresse excessivo faz com que as pessoas tenham crises de ansiedade e esqueçam o conteúdo. Isso é um dos sinais da sobrecarga da mente”, explica.

Mantenha o controle!No livro recém-lançado Aprendizagem acelerada: elimine o estresse e aprenda melhor, a psicoterapeuta Myriam Durante traz dicas e técnicas para conseguir o máximo desempenho durante os estudos. Para auxiliar os candidatos no Enem, a psicoterapeuta destaca oito recomendações para conseguir melhor resultado na prova.

1. Aprenda a relaxar
“Quando a ansiedade toma conta de você, o relaxamento pode ajudá-lo a libertar a tensão muscular e reduzir ou afastar as suas preocupações.”

2. Concentre o foco
“Ficar ligado em uma só tarefa por vez, entendê-la e dedicar-se a ela consolida o aprendizado e faz o cérebro ficar ligado.”

3. Mantenha uma dieta equilibrada
“Para funcionar corretamente, nosso cérebro retira a energia que precisa da comida que você ingere e do oxigênio que você respira. Para ter energia, o cérebro precisa de muita glicose.”

4. Beba água
“O corpo de um adulto é formado, em média, por 60% a 65% de água. Quando há uma queda de 5% nesse percentual de água corpóreo, há também uma queda de quase 30% no desempenho do cérebro.”

5. Visualize o que deseja
“Estudos comprovam que os exercícios de visualização ativam a capacidade mental. Pratique fazendo pequenos ‘filmes mentais’ de tudo que aprender.”

6. Faça exercícios mentais
“O cérebro é o tipo de órgão que, quanto mais você usa, mais fica ativo. Estudar, ler, usar a criatividade... Tudo isso contribui para afiar a mente.”

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