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domingo, 9 de novembro de 2014

MEMÓRIA FERROVIÁRIA Na Estrada de Ferro Central de Pernambuco ainda há 35 estações

Na oitava reportagem da série sobre o patrimônio ferroviário, conheça as estações de trem de 

Arcoverde e Sertânia, no Sertão do Estado

Publicado em 08/11/2014, às 08h08

Cleide Alves

A Estação de Arcoverde foi inaugurada em 1912 e está desativada desde a década de 1980 / Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem

A Estação de Arcoverde foi inaugurada em 1912 e está desativada desde a década de 1980


Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem

Construída para ligar o Recife a Petrolina, no Sertão, a Estrada de Ferro Central de Pernambuco parou em Salgueiro, com 607,42 quilômetros de extensão. A mais longa ferrovia do Estado, iniciada no fim do século 19, cruza 25 municípios. Das 51 estações que faziam parte da Linha Centro, 35 ainda existem, mas 15 delas estão descaracterizadas.

Em 2009, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) concluiu o Inventário do Patrimônio Ferroviário em Pernambuco, havia cinco estações em ruínas, seis demolidas e uma inexistente na linha, executada com recursos públicos pela Great Western, por solicitação de donos de engenhos de cana-de-açúcar. Dois dos imóveis desapareceram sem deixar vestígios.

A Estação de Arcoverde, inaugurada em 1912, na entrada do Sertão, está de pé. Porém, sofreu um incêndio, perdeu parte do telhado e encontra-se depredada. Tanques de combustível e caixas d’água, para abastecimento das locomotivas, estão se enferrujando na esplanada, desativada na década de 1980. Sem passar por melhorias, o prédio do armazém é usado como oficina para confecção de fantasias pela Associação Cultural Boi Maracatu.

“Na época dos trens, a estação era movimentada demais, com muita gente circulando e carga chegando e partindo. Vinha de carvão a gado. Acabou-se tudo, até trilhos arrancaram e aterraram”, lamenta Fausto Maciel Coelho, 76 anos, operário aposentado. Ele costumava viajar na Maria Fumaça de Arcoverde a Sertânia, para visitar parentes.

Trilhos da ferrovia criada para facilitar a comunicação entre a capital e as cidades mais remotas do Estado viraram boca de galeria na cidade, diz ele. Bem perto da estação, um pátio para embarque e desembarque de vans foi instalado em cima da linha. “Ninguém liga”, afirma.

Há oito anos, moradores de Arcoverde acompanham a implantação da nova via férrea, a Transnordestina, projetada para transportar carga em Pernambuco, Ceará e Piauí. “A linha passa por fora da cidade, sem aproveitar a antiga estrada. Estão fazendo um túnel aqui, mas a obra parou. Seria bom se o trem levasse passageiros também”, diz Fausto.

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