O trio acusado de canibalismo é julgado nesta quinta-feira, no Fórum de Olinda
Publicado em 13/11/2014, às 15h31
Do JC Online
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
O julgamento do trio acusado de canibalismo continua na tarde desta quinta-feira (13) no Fórum de Olinda, Região Metropolitana do Recife. A sessão começou às 9h45, presidido pela juíza Maria Segunda.
O acusado Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, em depoimento, disse que cometeu um erro. "Foi um erro monstruoso, um momento de fraqueza e loucura que me arrependo muito", falou. Em seguida, ele pediu a juíza para realizar uma oração. Durante a oração pediu que Deus perdoasse pelos atos, pecatos e ajudasse as famílias da vítimas que perderam seus parentes.
Quando a promotora do MPPE começou a interroga-lo questinou se ele lembrou de fazer uma oração por Jessica. De cabeça baixa, respondeu que Jessica teria se arrependido dos seus pecados. " Antes dela ser morta eu perguntei se ela se arrependeu do que fez de ruim na sua vida. Ela falou que sim", comentou o réu.
A promotora Eliane Gaia comentou que não acreditava no arrependimento de Jorge Beltrão. Logo em seguida, Jorge declarou que Deus sabe que ele se arrependeu de todos os crime que cometeu. " Todos os dias eu falo com Deus em orações e peço que me perdoe. Eu já fui evangélico, mas acebei me afastando porque precisava trabalhar" disse o acusado.
Sobre a seita Cartel, Jorge relatou que ela foi criada para contribuir para um mundo perfeito e que cada parte do corpo representa um elemento da natureza. A cabeça, segundo ele, seria o elemento que representava Deus. Já os braços representam o ar, as pernas o fogo. O tronco, segundo Jorge, foi descartado em um solo sagrado e não colocado em sacos de lixo, como relatou Bruna.
Pela manhã, o psiquiatra Lamartine Hollanda foi o primeiro a depor. O psiquiatra forense analisou a defesa de Jorge, que alegou que o acusado nãio sofre de esquizofrenia. "Não cabe este rotulo de esquizofrenia no caso de Jorge. Ele sabia o que fazia, ele planejava tudo e tinha consciência dos seus atos" explicou.
Isabel Cristina chorou durante a apresentação da denúncia. O psiquiatra disse que ela é uma pessoa comum, ansiosa e imatura. "Ela procurou dar desculpas, acredito que orientada, e colocava a culpa em outro", conta. Sobre Bruna, o psiquiatra destacou o egoísmo. "Ela é uma pessoa que se mostra imatura e atriz. Uma pessoa que se mostea egoísta."
O delegado Paulo Berenguer foi o segundo depoente. Ele informou detalhes sobre o ritual usado pelo trio para matar as vítimas. Berenguer explicou que as mortes faziam parte de um ritual satânico com o objetivo de purificar a alma das vítimas.
"Segundo a seita, o sangue seria usado para purificar o corpo e a alma. Segundo Jorge, cada pedaço era um elemento da natureza que abriria um portal para falar com deus. Bruna disse que os restos mortais foram suspensos nas paredes, enterrados na casa e outros teriam sido levados pelo caminhão de limpeza urbana. Depois do crime, Jorge retirou o dinheiro da previdência do irmão, com o uso de documentos falsos, e foram para a Paraíba", analisou.
O grupo também é acusado de falsificação de documentos, em dois casos. O primeiro caso é o da filha da mulher morta. O grupo falsificou os dados da criança para registrá-la no nome do casal. No outro caso, Jorge falsificou os documentos para se passar pelo irmão e resgatar o dinheiro da Previdência, que seria utilizado para cometer outros crimes.
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