Ex-presidente da Câmara está escrevendo um livro e promete revelar detalhes de casos
polêmicos de sua vida, como do mensalinho e do padre Vito Miracapillo
Publicado em 28/07/2013, às 07h05
Ex-deputado vai escrever memórias com ajuda de colaboradores, entre eles o advogado
Antônio Fernandes Neto, seu cunhado
Guga Matos /JC Imagem
Personagem de diversas polêmicas na vida pública, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP), 82 anos, decidiu escrever um livro de memórias. As informações começaram a ser coletadas para a biografia há mais de um mês. Um dos casos que devem ser abordados na publicação é a denúncia de recebimento de propina, episódio que fico conhecido como mensalinho. Uma fonte revelou ao Blog de Jamildo que o ex-deputado não quer morrer “levando a história nas costas”.
O mensalinho envolveu a denúncia, em 2005, de que Severino Cavalcanti cobrou propina para deixar o empresário Sebastião Buani instalar seus restaurantes na Câmara dos Deputados. Apesar de negar a acusação, o progressista renunciou ao mandato para não ser cassado, após dez anos como deputado.
Antes mesmo do episódio, ele era conhecido, principalmente, por expor suas convicções sem constrangimento. Disse ser a favor da contratação de familiares para trabalhar nos gabinetes dos parlamentares – empregou seis em sua estrutura – e foi um ferrenho “defensor da família”, se posicionando contrário à união civil de pessoas do mesmo sexo, por exemplo.
Em 1980, denunciou ao Ministério da Justiça o padre italiano Vito Miracapillo, então pároco no município de Ribeirão, na Mata Sul do Estado, porque o religioso recusou-se a celebrar uma missa em homenagem ao Dia da Independência do Brasil. O padre argumentou que o povo era “privado dos seus direitos” pelo regime militar. A denúncia levou o ministério a expulsar Miracapillo do Brasil.
Após perder a eleição para deputado em 2006 – obteve 53,7 mil votos e ficou na suplência –, Severino Cavalcanti disputou e venceu o pleito para prefeito de João Alfredo – no Agreste pernambucano –, sua cidade natal, em 2008.
No ano passado, iria tentar a reeleição, chegou a lançar sua candidatura e fazer campanha, mas teve a postulação impugnada pela Justiça Eleitoral, com base na Ficha Limpa, pela renúncia em 2005. Ele colocou, então, a candidata a vice, Ana Mendes (PSDB), para concorrer no seu lugar, mas perdeu para Maria Sebastiana (PTB).
Severino escreverá o livro com colaboradores. Um deles será o advogado Antônio Fernandes Neto, que trabalhou como gerente na Gazeta Mercantil e é cunhado do político. Não foi revelada a data prevista para o lançamento da publicação.
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