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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

RUA DA AURORA Mamam expõe obras de Juliana Notari, Lourival Cuquinha e Sophie Whettnall

Três mostras individuais são inauguradas simultaneamente nesta quarta-feira (17/12)

Publicado em 17/12/2014, às 06h41

Do JC Online

Obras dos artistas pernambucanos Juliana Notari e Lourival Cuquinha e da belga Sophie 

Whettnall, a maior parte criadas com a junção entre vídeo e performance, estão 

distribuídas a partir de quarta-feira (17/12) pelos andares do Museu de Arte Moderna 

Aloisio Magalhães (Mamam). A abertura simultânea das três mostras individuais começa às 

19h e o período de visitação continua até 15 de fevereiro.

A exposição O trabalho gira em torno, de Lourival Cuquinha, foi montada no térreo do

 museu. Três riquixás foram adaptados ao confeccionar a estrutura. Para que a obra exista, 

é preciso que as pessoas acionem os pedais. "Com uma pessoa pedalando, é projetada a 

imagem. A segunda liga o som e a terceira acende os faróis. Ou seja, a obra pode ser vista 

de maneiras diferentes. Fiz o vídeo que estava em Londres, com a câmera presa ao 

riquixá, são imagens de uma Londres caleidoscópica", explica o artista, que também 

trabalhou como motorista de riquixá na capital inglesa.

O movimento circular é muito presente na obra, inclusive no formato da imagem projetada. 

Simbolicamente, a exposição no Mamam fecha um ciclo. Depois da exibição de uma 

"versão bruta", como define Cuquinha, em Londres,O trabalho gira em torno passou pelo 

Centro Cultural Correios (Recife), Foto Bienal do Masp e na Galeria Baró (São Paulo). 

Agora, é mostrada no Recife após ter sido adquirida pelo Mamam em 2012, com o Prêmio 

de Artes Plásticas Marcantônio Vilaça.

O primeiro andar do museu recebe a exposição de estreia de Sophie no 

Brasil, Brainstorming, composta por vídeos e um desenho site specific. As formas criadas 

com numerosas linhas cria uma conexão com as ondas do vídeo projetado na parede 

oposta. "São trabalhos bem representativos da minha obra, quis me concentrar no 

autorretrato e nas performances filmadas para a exposição. A presença da natureza é algo 

muito importante para mim, a paisagem é uma necessidade e equilíbrio mental", destaca Sophie.

A confrontação da mulher com a violência é outra questão que se sobressai na mostra de 

Sophie, com representações simbólicas distintas. "Na obra aparece a relação da força, da 

agressão vinda do mundo exterior. Nos vídeos Além dos limites, ela vai testando até onde 

consegue ir, se colocando até em algumas situações perigosas", afirma a curadora da 

exposição de Sophie, Cristina Greindl.

Existem elos entre trabalhos como este e uma das obras de Juliana Notari, tais como a 

presença do corpo feminino e de símbolos da força, além do uso do vídeo e a 

performance. 

É o caso da videoinstalação Mimoso, uma das duas partes da exposição Sorterro - cap. 05.

Na ideia inicial, Juliana era arrastada lentamente pela areia, com os pés presos a um 

búfalo. Durante as filmagens, a artista soube que o animal seria castrado dias depois, o que 

entrou na continuação da obra. Na última parte do vídeo, ela come os testículos do búfalo. 

De acordo com a descrição do trabalho: "A prática cotidiana local é, portanto, transformada 

em ritual através da ação artística". 

"O vídeo é exibido em três telas, mas é um trabalho só. Ele oferece às pessoas a 

possibilidade de fazer leituras diferentes, de se esquivar de certa forma das cenas mais 

fortes, se elas quiserem”, afirma Juliana, que na quarta-feira (17/12) conversa com o 

público no Mamam a partir das 20h.

A outra exposta no museu é a videoperformance Soledad, também gravada no Pará. A 

artista limpa um mausoléu e sai com a roupa coberta pelo limo. "A obra trata a arte como 

algo que permeia tanto a nossa existência quanto a morte, dimensão da vida", definiu o 

crítico de arte Paulo Herkenhoff.

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