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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

COTIDIANO Assim como na orla do Recife, ambulantes atuam livremente nas praias de Olinda

Alimentos fritos, uso de botijões de gás e som alto estão entre os problemas observados


13/01/2015 06:30 - Da Folha de Pernambuco

Clemilson Campos/Folha de Pernambuco
Comidas são manipuladas e fritas pelos comerciantes na praia, apesar da proibição e fiscalização da prefeitura
Com a chegada do verão e a alta temporada, torna-se maior o número de irregularidades. Na orla de Olinda, foram flagradas, na última segunda-feira (12), pela Folha, diversos problemas como a utilização de som alto, manipulação de alimentos frios, instalação de botijões de gás nas barracas e chuveirões ligados ininterruptamente no litoral do Estado. Também podem ser observados animais pela faixa de areia. Os flagras ocorreram especialmente nos trechos situados no bairro de Casa Caiada, onde há uma maior movimentação de banhistas. Quando a fiscalização aparece, os ambulantes dão um jeito de esconder as comidas irregulares, botijões e aparelhos de som. Alegam que é a maneira que encontram para sustentar a família e que não incomodam ninguém. Os mesmos problemas já haviam sido registrados no último domingo pelo jornal na orla de Boa Viagem e do Pina, no Recife.
A comerciante Elaine Cristina, 35 anos, está entre os vendedores que trabalham diariamente na orla de Olinda. Ela oferece aos banhistas frutos do mar na praia e assume ter consciência de que não é permitida a venda de alimentos fritos. Ela justifica, no entanto, que essa foi a alternativa encontrada por ela para conseguir o sustento da família. Moro longe daqui. Não dá para ir em casa, fritar o peixe e trazer para cá. Cozinhar aqui na praia facilita o trabalho da gente e garante meu dinheiro, que sustenta minha família”, disse.
Leo Motta/Folha de Pernambuco
Som alto é uma das irregularidades encontradas na orla mesmo durante a semana
A fiscalização no local, segundo os ambulantes, é constante, mas eles dão um jeito de esconder em algum lugar o fogão e o botijão. “Sei que é errado o que faço, mas eles (fiscais) raramente vêm até a areia. Ficam mais no calçadão. Por esse motivo, não conseguem ver meus equipamentos”, revelou Elaine.
Com o som ligado na sua barraca, José Paulo, 34 anos, mais conhecido como Zé da Praia, explica que os próprios clientes pedem que ele ligue o equipamento e até que aumente o volume. Ele acrescentou que nunca recebeu qualquer reclamação. “Se não tiver som, não tem movimento. Tenho fregueses aqui que pedem para aumentar o volume. Não atrapalha ninguém. Nunca ouvi reclamação”, garantiu o ambulante.
Leo Motta/Folha de Pernambuco
Chuveirões foram flagrados ligados ininterruptamente
O vendedor arranjou uma solução quanto a proibição da comercialização de comidas fritas. “Procuro me virar. Tem um rapaz que traz o peixe até a minha barraca para eu poder vender. Não coloco a vida de ninguém em risco. O peixe chega quente e os clientes adoram”, brincou.
No último domingo, foram apreendidos quatros aparelhos sonoros por fiscais do executivo municipal. Desde maio de 2013, o órgão prepara intervenções de reordenamento urbano na beira-mar da cidade, com o objetivo de coibir os abusos e desrespeitos às normas municipais. As ações estão dentro do Projeto Orla, que contará com R$ 23 milhões em investimentos, também estão previstas ações de revitalização e urbanização do espaço.
Clemilson Campos/Folha de Pernambuco
Animais transitam livremente em meio a banhistas e comerciantes informais que atuam na beira-mar de Olinda
Praia ordenada após o Carnaval
    Os barraqueiros que forem flagrados em situação irregular poderão ter seus produtos apreendidos. Eles também poderão ter que pagar uma multa que, em alguns casos, ultrapassa os R$ 200. Para que a orla de Olinda se transforme em um espaço de prazer para os moradores, o secretário de Planejamento e Controle Urbano de Olinda, Estevão Brito, garantiu que o ordenamento será efetivado após a festa de Momo.
    “Depois do carnaval, iremos aplicar ações desse sentido na orla. No momento, as atenções estão voltadas para o Carnaval. Entretanto, temos inspeções diárias na área litorânea para solucionar de vez o problema”, atestou. Ele acrescentou que hoje à noite serão realizadas ações de busca e apreensão para os que deixam cadeiras e mesas na areia.
    O secretário salientou que a prefeitura acolheu sugestões dos vendedores e reforçou as obrigações que eles terão que cumprir com o início das operações. “Com essa iniciativa, buscamos, inicialmente, debater com os ambulantes coletivamente e individualmente para que a prática ilegal acabasse. Como o problema não foi resolvido e eles não contribuíram com o poder público, teremos que solucionar aplicando ações de busca e apreensão”, declarou o secretário. 

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