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sábado, 24 de janeiro de 2015

LUTO Jornalismo e arte eram as paixões de Alex

Colunista social morreu aos 88 anos, no Santa Joana

Publicado em 24/01/2015, às 11h15


Do JC Online

Alex era grande apreciador das artes / JC Imagem



Alex era grande apreciador das artes


JC Imagem

As artes plásticas também tinham um papel importante na vida de Alex, colunista social falecido na tarde deste sábado, aos 88 anos. Pela amizade com Lula Cardoso Ayres, o jornalista se aproximou de outros artistas pernambucanos. A relação com eles não se dava apenas pelo aspecto profissional (quando Alex começou a escrever crônicas sociais, ele já queria falar sobre cultura em sua coluna), mas também pelos laços de amizade mesmo.

A partir de 2005, o jornalista começou a ser presenteado pelos artistas com miniquadros (20cm x 20cm), formando uma coleção que ficava exposta na parede da casa dele. Quando Alex completou seis décadas de jornalismo, em 2008, as obras foram mostradas ao público em uma mostra coletiva no Museu do Estado de Pernambuco. Elas faziam parte da exposição coletiva Alex: 60 anos de jornalismo, organizada pela artista plástica Ana Veloso. Os pequenos quadros pintados por pessoas como Badida, Gil Vicente, José Cláudio e Tereza Costa Rêgo eram mostrados junto a algumas pinturas feitas pelo próprio Alex e uma escultura de Francisco Brennand, por exemplo.

O ACADÊMICO

Alex foi talvez um dos maiores entusiastas do papel da Academia Pernambucana de Letras (APL). Era o segundo membro mais antigo da casa: desde 1971, quando tinha 41 anos, ocupava a cadeira nº 10 da instituição. Quando a Academia se mudou para a atual sede, nos Aflitos, foi um dos nomes que se mobilizou para reunir a mobília para o novo prédio. “Como jornalista, ele sempre noticiou a vida da APL. Na verdade, a memória da instituição foi feita através de suas notícias”, comenta a atual presidente da casa, antropóloga e cronista Fátima Quintas.

Segundo ela, um dos dados de seus textos – como crítico de cinema, colunista social e cronista – é a forma como ele se coloca nas suas crônicas. “Era uma escrita muito verdadeira. Ele era muito intimista nos textos, mas, ao mesmo tempo, não deixava de ter contato com a sociedade, de fazer uma articulação com as pessoas”, destaca. Foi seu caráter múltiplo na literatura que fez o sociólogo Gilberto Freyre usar a junção de palavras "jornalista-escritor-poeta" para defini-lo. 


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    No colunismo social, Alex tem uma presença marcante. Não só influenciou mais de uma geração de colunistas pernambucanos, como estendeu sua importância para fora do Estado. Era referência para alguns dos maiores colunistas do Nordeste, como os falecidos J. Epifânio (1914-1999), colunista da Tribuna do Norte, de Natal, e Maria Cândida Palmeira, (1936-2008), da Gazeta de Alagoas, e também Pergentino Holanda, atualmente no jornal O Estado do Maranhão. O estilo – sempre prezando pela elegância – foi inspirado no colunista que mais admirava, Ibrahim Sued, que publicava em O Globo.

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