A hipocrisia da Indonésia, que acha que tráfico é pior que assassinato
País nega clemência a brasileiro, mas pede a mesma clemência a cidadã indonésia homicida
A Indonésia negou nesta sexta-feira (16) mais um pedido de clemência encaminhado pelo governo brasileiro para o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte e executado por tráfico naquele país. Este foi o sexto pedido enviado pelo Brasil, somando as iniciativas do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff.
Em contrapartida, a mesma Indonésia pede clemência à Arábia Saudita para evitar a morte de Satinah Binti Jumadi Ahmad, uma cidadã indonésia condenada à morte por assassinar e roubar sua empregadora.
O radicalismo da Indonésia, a sua posição irredutível com relação ao cumprimento de sua legislação, não parece se repetir quando ela baixa a guarda e implora pela vida de Satinah. Ora, se o governo indonésio é tão rígido no que diz respeito às suas leis, por que se despe desta intransigência quando o que está em jogo são as leis de outro país? O que vemos é um exemplo explícito de hipocrisia. Uma hipocrisia que põe em jogo uma vida.
Como se não bastasse, o brasileiro foi executado por ter tentado entrar no país com 13,4 quilos de cocaína. Ele errou, sem dúvida nenhuma, mas não causou mal a ninguém. Já Satinah foi condenada por matar uma mulher. É possível colocar em níveis de gravidade iguais o tráfico e o assassinato? Qual desse crimes é mais nocivo? Pois a Indonésia acha que quem mata merece clemência, mas quem trafica droga, não.
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