Publicação: 30/01/2015 22:00
Integrantes de sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) fizeram um ato nesta sexta-feira (30) na Praça Lamartine Babo, em frente ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, onde, durante a ditadura, funcionou o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).
A manifestação, que fez parte da programação de dois dias do Encontro Nacional das Comissões da Verdade dos Sindicatos Cutistas e terminou nesta sexta-feira, foi organizada em parceria com a Federação Americana do Trabalho e o Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO), maior central sindical norte-americana.
Entre os manifestantes, estavam anistiados e ex-presos políticos. O ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) Gilney Viana recordou o dia em que foi levado preso para o DOI-Codi. “Fui torturado a noite inteira, pau de arara, choque elétrico, afogamento, palmatória, todo tipo de tortura que eles usavam na época. No dia seguinte fui torturado também e em mais algumas vezes. Fiquei 36 dias aqui no DOI-Codi”, contou, emocionado.
Gilney ainda passou pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde foi submetido a tortura psicológica, pela Ilha Grande, por Minas Gerais e ainda ficou preso dois anos e meio na Penitenciária Frei Caneca, no centro do Rio. “Cumpri nove anos e dez meses e não saí com anistia, não fui anistiado. Eu só saí sob liberdade condicional e cumpri integralmente minha pena até o final de 1984. Até 1984 fiquei sob a guarda da Justiça Militar.”
O coordenador da Comissão Nacional Memória, Verdade e Justiça e secretário nacional de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, foi um dos coordenadores do encontro. Segundo ele, 20 sindicatos ligados à central têm comissões da Verdade e a intenção é que este número cresça. De acordo com Solaney, o objetivo da manifestação foi destacar que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) preparou o relatório com a conclusão das investigações sobre os casos de desrespeito aos direitos humanos durante a ditadura no Brasil. “É um ato simbólico, um ato importante. Para nós, é fundamental resistir e registrar. Lutar para que o resultado da Comissão Nacional da Verdade não fique no Arquivo Nacional. Nós não queremos ser revanchistas, queremos que se faça justiça”, analisou.
Solaney destacou, no entanto, que agora é o momento deo relatório entrar na pauta dos movimentos sociais e populares, do Congresso e do governo. O sindicalista defendeu que é preciso exigir o cumprimento das recomendações do documento. “Por exemplo, a instauração de inquérito que culmine com a prisão dos torturadores. Apresentaram nome e sobrenome de militares que perpetraram crimes de lesa-humanidade e que não prescrevem, então não se justifica a Lei da Anistia.”
A americana Jana Silverman, que trabalha no Centro de Solidariedade do AFL-CIO, em São Paulo, disse que a história já comprovou que houve apoio ativo dos Estados Unidos em ações de repressão no Brasil. “Foram operações pagas com o dinheiro do povo norte-americano. Nós não aceitamos isso. Moralmente, achamos que precisamos nos unir com nossos companheiros do Brasil para dizer que precisamos lembrar esta experiência para pedir justiça”, afirmou.
Jana acrescentou que o AFL-CIO desenvolve projetos em parceria com a CUT em outras áreas, como o meio ambiente. A sindicalista também concorda que o relatório da CNV foi um avanço, mas, para ela, é preciso buscar mais. “Não pode parar aí. O relatório não pode ficar só no papel. Estamos apoiando os nossos companheiros da CUT para pressionar e mobilizar a sociedade brasileira, juntamente com os sindicatos dos Estados Unidos, para que termine em reparações efetivas”, disse.
A manifestação, que fez parte da programação de dois dias do Encontro Nacional das Comissões da Verdade dos Sindicatos Cutistas e terminou nesta sexta-feira, foi organizada em parceria com a Federação Americana do Trabalho e o Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO), maior central sindical norte-americana.
Entre os manifestantes, estavam anistiados e ex-presos políticos. O ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) Gilney Viana recordou o dia em que foi levado preso para o DOI-Codi. “Fui torturado a noite inteira, pau de arara, choque elétrico, afogamento, palmatória, todo tipo de tortura que eles usavam na época. No dia seguinte fui torturado também e em mais algumas vezes. Fiquei 36 dias aqui no DOI-Codi”, contou, emocionado.
Gilney ainda passou pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde foi submetido a tortura psicológica, pela Ilha Grande, por Minas Gerais e ainda ficou preso dois anos e meio na Penitenciária Frei Caneca, no centro do Rio. “Cumpri nove anos e dez meses e não saí com anistia, não fui anistiado. Eu só saí sob liberdade condicional e cumpri integralmente minha pena até o final de 1984. Até 1984 fiquei sob a guarda da Justiça Militar.”
O coordenador da Comissão Nacional Memória, Verdade e Justiça e secretário nacional de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, foi um dos coordenadores do encontro. Segundo ele, 20 sindicatos ligados à central têm comissões da Verdade e a intenção é que este número cresça. De acordo com Solaney, o objetivo da manifestação foi destacar que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) preparou o relatório com a conclusão das investigações sobre os casos de desrespeito aos direitos humanos durante a ditadura no Brasil. “É um ato simbólico, um ato importante. Para nós, é fundamental resistir e registrar. Lutar para que o resultado da Comissão Nacional da Verdade não fique no Arquivo Nacional. Nós não queremos ser revanchistas, queremos que se faça justiça”, analisou.
Solaney destacou, no entanto, que agora é o momento deo relatório entrar na pauta dos movimentos sociais e populares, do Congresso e do governo. O sindicalista defendeu que é preciso exigir o cumprimento das recomendações do documento. “Por exemplo, a instauração de inquérito que culmine com a prisão dos torturadores. Apresentaram nome e sobrenome de militares que perpetraram crimes de lesa-humanidade e que não prescrevem, então não se justifica a Lei da Anistia.”
A americana Jana Silverman, que trabalha no Centro de Solidariedade do AFL-CIO, em São Paulo, disse que a história já comprovou que houve apoio ativo dos Estados Unidos em ações de repressão no Brasil. “Foram operações pagas com o dinheiro do povo norte-americano. Nós não aceitamos isso. Moralmente, achamos que precisamos nos unir com nossos companheiros do Brasil para dizer que precisamos lembrar esta experiência para pedir justiça”, afirmou.
Jana acrescentou que o AFL-CIO desenvolve projetos em parceria com a CUT em outras áreas, como o meio ambiente. A sindicalista também concorda que o relatório da CNV foi um avanço, mas, para ela, é preciso buscar mais. “Não pode parar aí. O relatório não pode ficar só no papel. Estamos apoiando os nossos companheiros da CUT para pressionar e mobilizar a sociedade brasileira, juntamente com os sindicatos dos Estados Unidos, para que termine em reparações efetivas”, disse.
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