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sábado, 31 de janeiro de 2015

REBELIÃO Novo tumulto no Complexo Prisional do Curado na manhã deste sábado (31)

Detentos se revoltam com o atraso no horário da visita dos familiares e dão início à nova rebelião

Publicado em 31/01/2015, às 08h17

Do JC Online


Atualizada às 10h16

Tumulto no Curado teria iniciado por causa  do atraso na visita dos famliares / JC Imagem



Tumulto no Curado teria iniciado por causa do atraso na


 visita dos famliares


JC Imagem

Mais uma manhã de tensão no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife. O princípio de tumulto teria sido motivado pelo atraso na entrada dos familiares dos presos para visita, que pode ser explicada pela operação padrão iniciada pelos agentes penitenciários. Três detentos foram encaminhados para o Hospital Otávio de Freitas. Dois deles chegaram desacordados, em estado grave. Não há informações sobre a identidade dos detentos. O Instituto de Medicina Legal (IML) enviou uma viatura para o complexo, mas nenhuma morte foi confirmada.

Tiros estão sendo disparados no local e a  visita, por enquanto, foi liberada. No entanto, agentes penintenciários tentam organizar uma fila entre os familiares dos presos, para que a visita possa ocorrer. Nesta manhã, em entrevista à Rádio Jornal, o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Pedro Eurico, negou qualquer informação sobre morte no Complexo Prisional do Curado. O batalhão de Choque, o Corpo de Bombeiros e a Rádio Patrulha estão no local.

Ontem, o esquadrão anti-bombas da Polícia Militar foi acionado para desativar uma possível bomba instalada dentro do presídio Frei Damião de Bozzano, uma das unidades do Complexo Prisional do Curado, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife. Segundo a PM, bananas de dinamite foram colocadas na altura do Posto E e Posto R do complexo.

O cenário de tensão vivenciado na semana passada com a rebelião que durou três dias no Complexo do Curado levou o governo do Estado a decretar estado de emergência no sistema penitenciário. O governador Paulo Câmara assinou, na quarta-feira, decreto com medidas que incluem a intervenção no Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, que está com obras paradas e deve desafogar as penitenciárias do Grande Recife. O estado de emergência tem prazo de 180 dias, período em que atuará a Força Tarefa.


O decreto cria uma força-tarefa que envolve nove secretarias: Justiça e Direitos Humanos, Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Gestão, Desenvolvimento Social, Controladoria Geral, Administração, Gabinete de Projetos Estratégicos e Procuradoria Geral do Estado.

CRISE - Uma rebelião foi deflagrada na véspera de Natal e foi descoberto um túnel que serviria para a fuga dos detentos. Já nos primeiros dias de janeiro, o então secretário de Ressocialização, Humberto Inojosa, renunciou após quatro meses e uma semana no cargo. Em seu lugar, assumiu o coronel da PM, Eden Vespaziano. Na ocasião da posse, o  secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, anunciou um pacote de medidas para melhorar a situação dos presídios de Pernambuco. A maior promessa foi acabar com a circulação de armas brancas e celulares nas unidades prisionais. No último dia 7, o Batalhão de Choque fez uma varredura nas três unidades do complexo e encontrou cerca de 40 armas e celulares.

O sistema prisional do Estado é  proporcionalmente o mais superlotado do Brasil, com déficit de agentes penitenciários e policiais militares para a segurança e monitoramento. Existem hoje cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil.

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