Católicos que participarão do evento, no Rio de Janeiro, em julho, preparam reverência a Bento XVI
Publicado em 03/03/2013,
Arline Lins
Especial para o JC
As voluntárias Maria Paula e Clarissa, e as Irmãs Alcilene e Marcela nos preparativos
Arline Lins/Especial para o JC
Os jovens católicos do mundo inteiro que vão trabalhar como voluntários na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho, se organizam para homenagear Bento XVI. O papa emérito, que chefiou a Igreja por quase sete anos, deixou o cargo na quinta-feira passada após renunciar.
O evento, que ocorrerá no Brasil pela primeira vez e tem proporções globais, traz como lema o versículo 19 encontrado no capítulo 28 de Evangelho de São Mateus: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Buscando evangelizar e mostrar a face jovem de Cristo ao mundo, peregrinos e voluntários se encontram para rezar e trocar experiências culturais.
O estudante de geografia e voluntário Marcelo Morais, 22 anos, afirma que espera com ansiedade os trabalhos e diz que mesmo com a homenagem a Bento XVI, o novo líder será acolhido com muito amor. “O antigo será muito bem lembrado e o novo, muito bem acolhido”, garante. Ele faz contato com jovens do Congo (África) e da Eslováquia (Europa) desde novembro do ano passado e acredita que a juventude vai voltar da jornada diferente, renovada.
Muitos jovens já se preparam desde o ano passado espiritual e financeiramente. Ir para a jornada não é barato e exige esforços. Além das passagens, alimentação e hospedagem é preciso pagar a taxa de inscrição que custa R$ 288 por pessoa. A estudante de ciências contábeis Beatriz Medeiros, 21, coordena um grupo de 20 pessoas que não têm dinheiro sobrando e diz que a caminhada até a jornada, do ponto de vista financeiro, não é fácil.
As ações do grupo são coordenadas a partir da Paróquia de Santa Maria, Mãe de Deus, na Macaxeira, Zona Norte do Recife, mas há integrantes de outros bairros. Os contratempos envolvendo o dinheiro até atrapalham, mas não impedem que o grupo caminhe rumo à jornada. A madrinha de um dos jovens mora no Rio de Janeiro e cedeu a casa para acolher todos. “É realmente um presente”, diz.
Alguns jovens ganharam também as passagens, mas ainda é necessário guardar o dinheiro para alimentação e outros gastos. Para isso, a comunidade ajuda comprando doces que estão sendo vendidos por alguns integrantes. “As pessoas estão vendo que nós queremos ir, que estamos nos empenhando, correndo atrás e ajudam”, conta.
RENOVAÇÃO - A expectativa é de renovação espiritual. “Um novo Pentecostes”, define a jovem. Com o grupo, ela se reúne às sextas-feiras para rezar, partilhar as dificuldades, os anseios e esperanças do dia a dia, de olho na viagem para a jornada. “As pessoas do Rio de Janeiro, principalmente, vão olhar e dizer: o que é isso que trouxe tanta gente aqui?”, afirma. Imediatamente, declara: a resposta é Deus.
Como os amigos de Beatriz, estudantes do Colégio Damas, nas Graças, Zona Norte, formam um grupo que também se prepara para o encontro. Orientados pelas irmãs Alcilene Fernandes, 52, e Marcela Sarmento, 27, os jovens vão começar os trabalhos com a Arquidiocese de Olinda e Recife e debater o lema da jornada.
Irmã Alcilene, experiente em jornadas (a do Rio é a sétima da qual participa), afirma que é uma experiência eclesial de puro amor. “Quem vai a uma Jornada Mundial da Juventude, não volta o mesmo. Isso eu garanto”, diz.
A estudante do 3º ano do ensino médio Maria Paula Mariz, 17, afirma que a expectativa é muito grande e positiva.
A estudante do 3º ano do ensino médio Maria Paula Mariz, 17, afirma que a expectativa é muito grande e positiva.
Para ela, o melhor é se sentir um membro efetivo da Igreja e encontrar outros jovens – não simplesmente da mesma comunidade ou bairro, mas do mundo inteiro – que buscam a Deus e vivem a mesma espiritualidade. “Vamos mostrar que vale a pena buscar o amor de Deus e ter uma vida no Seu caminho”, revela.
Ela vai com a amiga de grupo, Clarissa Távora, 17, ex-aluna do Damas compartilha da opinião de que buscar a Deus é revigorante. “O amor de Deus é felicidade plena”, diz.
EXPECTATIVA - De acordo com o presidente da Comissão da Juventude da Arquidiocese, padre Gimesson Silva, o início da Campanha da Fraternidade na Quarta-feira de Cinzas foi o trampolim para as atividades que serão realizadas após a Páscoa. Entre elas, encontros de formação baseados num material escrito pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A arquidiocese espera receber cerca de 5 mil jovens do mundo inteiro na semana que precede a jornada, intitulada Semana Missionária. Pessoas da França, Alemanha e México se inscreveram. Jovens, ativos ou afastados da igreja, são convidados a viver a espiritualidade da Igreja que vive há mais de 2 mil anos. “Nos tempos de hoje, perseverar no caminho de Cristo é o desafio e o mais importante”, definiu Irmã Marcela.
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