Diversas categorias realizaram manifestações e paralisações em Pernambuco nesta manhã, contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) 55, que estabelece um teto de gastos públicos para os próximos 20 anos. Os protestos mobilizaram rodoviários, mulheres, centrais sindicais, movimentos de moradia e sem-terra
Sumaia Villela, correspondente da Agência Brasil -
Diversas categorias realizaram manifestações e paralisações em Pernambuco nesta manhã, contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) 55, que estabelece um teto de gastos públicos para os próximos 20 anos. Os protestos mobilizaram rodoviários, mulheres, centrais sindicais, movimentos de moradia e sem-terra.
Os rodoviários foram a primeira categoria a cruzar os braços temporariamente, com uma paralisação que durou das 4h às 8h. Apenas uma parte dos ônibus circulou na Região Metropolitana do Recife (RMR). Rodovias federais e avenidas importantes da capital pernambucana foram bloqueadas e também afetaram a mobilidade no estado nas primeiras horas de hoje (11).
Nas rodovias federais, a interdições ocorreram, até agora, em 13 pontos do estado, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF): a BR-101 está bloqueada em frente à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e nas cidades de Goiana e Escada; na BR-232, há registro de manifestações na altura dos municípios de Bonança, Santo Aleixo, Caruaru e Pombos; a BR-408 foi bloqueada em Aliança e Paudalho; na BR-428 estão interrompidos trechos em Petrolina e Santa Maria da Boa Vista; e na BR-104 o ato foi realizado na altura de Caruaru e Cupira.
No Recife, um protesto de mulheres fechou o cruzamento da Avenida Cruz Cabugá com a Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, mas o trecho já foi liberado. As manifestantes exibiam cartazes contra a PEC 55 (que na Câmara dos Deputados era PEC 241) e pintaram uma mensagem no asfalto pedindo a saída do presidente Michel Temer.
Os manifestantes criticam a PEC por considerar que a medida congelará recursos para a Educação e a Saúde a médio e longo prazo. Já o governo federal alega que a PEC não reduzirá os repasses para educação e que o ajuste fiscal é necessário em um contexto de crise econômica.
Pautas locais e de categorias específicas também foram levantadas nos atos. No caso dos rodoviários, eles protestam ainda contra assaltos a ônibus e mudanças na organização do serviço no estado. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco (STTREPE), em 2016 foram registrados 1.564 assaltos, um trabalhador foi morto e outros três baleados.
Outras categorias paralisadas
De acordo com o presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carlos Veras, servidores municipais, estaduais e federais aderiram. Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decretaram greve por tempo indeterminado ontem (10), em uma votação apertada, com 367 votos a favor da paralisação e 347 contra. Apesar de começar na terça-feira (15), a categoria adere hoje à paralisação nacional. Há registro ainda de paralisações no Complexo Portuário de Suape.
O Sindicato dos Bancários informou que agências bancárias da Avenida Marquês de Olinda estão fechadas até 12h, além das agências do Banco do Brasil da Avenida Rio Branco e da Av. Guararapes, onde, ao meio-dia, um grupo realiza um ato em frente à agência. Os bancários também protestam contra o que consideram um processo de privatização dos bancos públicos e o fechamento de agências no estado, de acordo com Sandra Trajano, secretária geral da entidade. Ainda não há balanço do percentual de trabalhadores das categorias que aderiram.
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