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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

HISTÓRIA Pernambuco tem tradição em 'fazer' ministros

Senador Armando Monteiro é o mais recente representante do Estado em um ministério

Publicado em 09/12/2014, às 07h08

O nome Agamenon Magalhães remete os pernambucanos, sobretudo os que moram na Região Metropolitana do Recife, à avenida da capital que liga o bairro de Boa Viagem e à cidade de Olinda. No entanto, ele é mais do que o batismo de uma via. Ex-governador, deputado federal e estadual, Agamenon foi ministro da Justiça e Trabalho do governo Getúlio Vargas na década de 30 do século passado. Ele está na lista dos políticos locais que tiveram a honra e o desafio de conduzir um ministério. O último da lista, 

coincidentemente, tem laços sanguíneos com Agamenon. O senador Armando Monteiro é neto do ex-ministro e foi convocado recentemente para assumir a pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Após a redemocratização, na década de 80, Pernambuco sempre marcou presença no primeiro escalão da presidência da República independente do partido que estava no poder. Fora Armando, o último ministro do Estado foi Fernando Bezerra Coelho (PSB), que esteve à frente da pasta de Integração Nacional de 2011 a 2013 no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele deixou o posto e pouco tempo depois passou a fazer oposição à petista.

Com o PT à frente do governo federal, aliás, não faltaram ministros pernambucanos. O senador Humberto Costa (PT), embora tenha nascido em Campinas (SP), tem sua história política atrelada ao Estado. Ele chefiou o ministério da Saúde de 2003 a 2005 no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No cargo, criou a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e coordenou programas importantes, mas ficou marcado por ter seu nome envolvido em fraudes na contratação de hemoderivados. O esquema foi batizado como Operação Vampiro e Humberto foi inocentado pelo Ministério Público das suspeitas de envolvimento com o desvio de recursos.
Quem também teve espaço no governo Lula foi Eduardo Campos, falecido este ano em um acidente aéreo em Santos. Ele foi o titular do Ministério de Ciência e Tecnologia entre 2004 e 2005 se aproximou bastante do petista nesse período. Após deixar o cargo, Eduardo começou a pavimentar o seu caminho para disputar o governo estadual em 2006. Já José Múcio, hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), dirigiu o ministério das Relação Institucionais entre 2007 e 2009.

Gustavo Krause passou pelo ministério da Fazenda em 1992 no governo Itamar Franco e depois assumiu a pasta de Meio Ambiente na gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “Passar por um ministério te dá uma visão nacional. No caso dos políticos pernambucanos, que já têm essa visão, essa dimensão é reforçada”, diz. Ele lembra que sofreu “preconceitos arraigados” na época, mas aposta no sucesso de Armando. “Ele é de reconhecida competência e de grande espírito público”, declarou.

Outro pernambucano que foi ministro da era FHC é o vereador Raul Jungmann (PPS), encarregado do ministério do Desenvolvimento Agrário entre 1999 e 2002. As lembranças não são nada boas. “Era uma pasta onde a emergência e os conflitos eram normais e tinha que mediar isso o tempo todo. Saí agradecendo a Deus por está vivo. Até o cheio da minha sala me dava mal-estar. Mas o ministério confere uma visão mais completa do País”, falou.

1985-1986
Marco Maciel (Educação)
Fernando Lyra (Justça)

1986-1987
Marco Maciel (Gabinete Civil)

1987
Marcos Freire (Reforma Agrária)
Joaquim Francisco (Interior)

1992
Ricardo Fiuza (Ação Social e Casa Civil)
Gustavo Krause (Fazenda)

1995-1998
Gustavo Krause (Meio Ambiente e Recursos Hídricos)

1999-2002
Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário)

2001-2002
José Jorge (Minas e Energia)

2003-2004
Cristovam Buarque (Educação)*

2003-2005
Humberto Costa (Saúde)

2004-2005
Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia)

2007-2009
José Múcio (Relações Institucionais)

2011-2013
Fernando Bezerra (Integração Nacional)

2014
Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)

*É pernambucano, mas construiu a trajetória política longe do Estado

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