Começa o licenciamento do complexo imobiliário, comercial, de lazer e serviços que será erguido em São Lourenço da Mata
Perspectiva mostra como ficará complexo em 20 anos
Divulgação
O estádio do Mundial 2014 está quase pronto, mas só agora o processo de licenciamento da Cidade da Copa propriamente dita começa a avançar. A arena de futebol é apenas o coração de um complexo imobiliário que fora o estádio representa investimento de R$ 1 bilhão. Segundo o Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) da Cidade da Copa, divulgado ontem pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), a primeira fase de construção do projeto terá um pico de mais de 10 mil empregos, todos típicos do setor, como carpinteiros e serventes. Pelo documento, as obras terão início no ano que vem.
Quando Pernambuco ainda era candidato a subsede da Copa, em 2009, o Estado surpreendeu ao apresentar como cartada não um projeto de estádio, mas uma nova centralidade urbana, a Cidade da Copa.
O argumento, que convenceu a Fifa, era desenvolver o Oeste metropolitano, uma
área esquecida pelo poder público. Para viabilizar o projeto, o governo montou
uma parceria público-privada (PPP) e colocou o estádio como âncora do complexo.
Quem hoje está à frente do contrato é a Arena Pernambuco Negócios, do grupo
Odebrecht, que tem como contrapartida o direito de explorar comercialmente os
242 hectares da Cidade da Copa, 35 deles ocupados pela arena.
Fora o palco das partidas de futebol com 46 mil lugares, que terá outros usos
como shows e outros eventos, a Arena Pernambuco Negócios terá como principais
equipamentos um ginásio com 25 mil metros quadrados (m²) e 10 mil assentos,
um setor de entretenimento, lazer e serviços (com shoppings, bares, cinemas,
teatros, restaurantes e supermercados), espaço de hotéis e convenções,
escritórios, área residencial e um campus universitário.
Todo o desenvolvimento do complexo levará 20 anos, prazo parecido com o da
Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, também da Odebrecht. Para tudo
começar a sair do papel será preciso colocar o básico de infraestrutura urbana no
terreno (ruas, energia, água e esgoto), o que exigirá o alto número de empregos
na primeira etapa. No Eia/Rima, o consórcio promete recrutar pessoal no entorno
– Recife, Camaragibe e São Lourenço – de forma tão enfática que sequer haveria
alojamentos no canteiro de obras.
As três fases seguintes, que vão ter a geração de vagas mais diluídas no tempo,
como a segunda etapa, com 8 mil empregos em 5 anos. Ao final de tudo, com o
novo bairro pronto, a previsão é gerar 14 mil empregos permanentes.
A Arena Pernambuco Negócios foi procurada para comentar o Eia/Rima, mas
informou não haver porta-voz disponível.
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