Preço acessível de obras estimula leitores

Mercado literário transita entre as mídias digitais e livros físicos, mas editoras e comissão de feiras trabalham políticas públicas de descontos em eventos

29/10/2013 07:17 - Thulio Falcão, do FolhaPE

Tecnologia e literatura têm andado lado a lado em uma era em que há um bombardeio de informações, mas pouco conteúdo proveitoso. Independente do tipo da mídia, o preço alto das publicações torna-se um impasse na aquisição de livros. Mas em eventos literários, a comissão e editoras possibilitam o acesso à leitura de forma que não aconteça uma competição entre aparelhos high-tech e livros físicos.

Tom Cabral

Campos afirma que editoras ainda precisam formatar um novo modelo de negócio em meio a era digital

Essa interação entre o digital e analógico é bem vista pelo curador da Fliporto, Antônio Campos. "O livro digital e o livro em papel vão conviver. Cada um terá o seu nicho. Os livros digitais no Brasil precisam ainda diminuir o preço, e cabe às editoras formatar um novo modelo de negócio com equilíbrio, trabalhando o conteúdo em papel ou em meio digital". Quem divide a mesma opinião é Lívio Meireles, coordenador da Feira do Livro. "As empresas precisam entender que o livro digital é uma plataforma que pode ajudar e levar o leitor a comprar o livro físico. Elas não podem rivalizar o preço".

Meireles explica que em eventos literários, o valor das obras é discutido antecipadamente entre organização e editoras. "A empresas participantes têm que entender que precisam ser pontes. A reunião serve para trabalhar uma política real de desconto", pontua. Essa política, segundo ele, é uma forma de garantir ganhos para todos. "A feira serve como um momento impulsionador de venda e o leitor está ali e não pode ser barrado por encontrar livros com valores acima da média".