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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

PERSONAGEM Rands, o silêncio após a decepção com o PT


Ex-deputado está de volta ao Recife, para passar as festas de fim de ano, mas mantém a posição de não falar sobre política. Está, segundo familiares, feliz na planície

Publicado     Ana Lúcia Andrade

Foto: Priscila Buhr/JC Imagem

Desde que Maurício Rands foi retirado da disputa pela prefeitura do Recife, em julho, pela direção nacional do PT, e tomou a radical decisão de se desfiliar do partido e renunciar ao mandato de deputado federal, que hoje o “apenas advogado e cidadão comum”, como costuma se apresentar, resolveu cumprir rigorosamente a reclusão da “planície”.

Isso torna obrigatório, principalmente, manter-se longe da imprensa e de entrevistas. E é esse rito que Rands vem cumprindo, com uma inflexibilidade tamanha que até mesmo a distância que o separava do Recife, há alguns dias, quando se encontrava entre a África e a Holanda, era capaz de afastá-lo. Rands se encontra na capital pernambucana para as festas de final de ano com a família. Mas tão logo janeiro aponte no calendário, retornará para Amsterdã (Holanda), onde advoga para o grupo Petra Energia Internacional, que no Brasil é controlado pelo pernambucano Roberto Viana.
JC tentou, sem sucesso, por uma semana conversar com o ex-petista. O mais próximo dele que a reportagem chegou foi da esposa, Patrícia, e do irmão Alexandre Rands. Patrícia atendeu o JC por telefone, nesta quinta-feira (27). A brandura no trato, porém, não a fez alimentar, nem por um segundo, um fio de esperança que fosse de Maurício Rands conceder uma entrevista.
O que ele tinha de falar ele já falou. Qualquer coisa que ele diga agora pode alimentar especulações de que possa rever os planos de deixar a política. E isso está descartado. Hoje ele está na planície, é um cidadão comum que já superou tudo que aconteceu, assegurou Patrícia, referindo-se ao episódio eleitoral do Recife.
O irmão Alexandre Rands cedeu um pouco mais e reafirmou os sentimentos de “decepção e traição” que marcaram a saída de Maurício do PT e da política. “O PT não viu nele a capacidade de contribuir para o projeto do partido. Isso o decepcionou muito. Mas asseguro a você que hoje ele está muito mais feliz do que antes”, contou.
De fato, quando resolveu virar a página da política e do Partido dos Trabalhadores, Maurício Rands relatou em uma longa nota, datada de três de julho, as razões que o levaram a desistir de lutar por uma “renovação” no PT. Acusou a direção nacional petista de “autoritária e burocrática”, cujas decisões são tomadas, segundo ele, “distantes da realidade dos militantes na base partidária”.
Na mesma nota de desfiliação do PT e de renúncia ao mandato de federal, Rands se antecipou em defender o hoje prefeito eleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), como “o quadro mais preparado para atualizar e aperfeiçoar a gestão municipal, implantando na cidade o que o governador Eduardo Campos está fazendo em Pernambuco”. Encerrou, assim, um ciclo na política e passou o bastão de ainda dois anos de mandato de federal para o socialista Pastor Vilalba.

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