Mesmo com senador Humberto Costa (E) cobrando independência, socialista (D) acredita num clima de 'paz e amor' (Foto: Arquivo Folha)
Embora tenha protagonizado duros embates contra o ex-candidato à Prefeitura do Recife (PCR), o senador Humberto Costa, durante a campanha eleitoral, o prefeito eleito Geraldo Julio (PSB) crê que poderá contar com a ajuda do petista para assuntos e projetos de interesse da cidade. Após as urnas sacramentarem o socialista como o vencedor da eleição, o parlamentar ensaiou um movimento contrário à adesão do PT à base do governo municipal, mas se viu vencido pela maioria dos correligionários. Mesmo com a resistência de setor da sigla, Geraldo utilizou-se do discurso conciliador para pregar a união partidária na cidade. O afilhado do governador Eduardo Campos também comenta, neste trecho da entrevista, o critério para escolha do futuro secretário de Saúde do município, Jaílson Correia – ligados aos petistas – bem como a relação que teve com o prefeito João da Costa (PT) durante a transição.
O PT decidiu, de última hora, aderir ao seu governo e indicou o secretário de Habitação, Eduardo Granja. A relação de turbulências ficou para trás?
Eu quero unir o Recife, e desde o dia da eleição para cá tenho buscado unir as pessoas, os partidos e movimentos sociais. A cidade vive um momento duro e nós achamos que unir a cidade é importante para vencer esses desafios. Eu já recebi apoio de muitos partidos, dentre eles o PT, e a reunião do diretório do partido decidiu por apoiar o nosso governo. Eu acredito que, se juntarmos forças, conseguiremos vencer melhor esses desafios.
O senador Humberto Costa se opõe a isso e ainda cobra de independência.
Eu já tive a oportunidade de encontrar com Humberto Costa, ele participou da reunião da bancada em Brasília, ajudou nas emendas e deu declarações públicas de que, como senador, apoiará nosso governo.
Mas a relação política, como fica?
Eu sei que poderei contar com o apoio dele, como senador.
A indicação do secretário de Saúde, Jaílson Correia, foi encarada por algumas pessoas como uma indicação do PT. Foi do PT ou do ministro?
Eu encaro como uma escolha minha, o conheço profissionalmente. É uma pessoa de grande conhecimento técnico, mestrado e doutorado na Inglaterra e tem uma relação pessoal com o ministro, que dá a confiança que a gestão da Saúde será tocada por uma pessoa séria, que ele conhece, sabe da competência e tem condições de fazer isso.
Houve um clima amistoso de colaboração com o prefeito João da Costa durante a transição. O senhor indicou um nome próximo do prefeito para a Habitação que foi uma das principais áreas de atuação da gestão petista. A indicação é um reconhecimento pelo que João da Costa fez nessa área?
Nós procuramos o partido e ele fez a indicação de dois nomes. Estamos satisfeitos porque é um nome (Eduardo Granja) dedicado e que, com certeza, desempenhará um bom papel na gestão. Também quero agradecer o trabalho do prefeito João da Costa, que colaborou conosco, abriu as portas da sua gestão, nos oferecendo todas as informações necessárias. Sabemos a importância de ter um processo de transição em harmonia e não vemos muitos gestores fazendo este trabalho desta forma.